Via:Santanavinicius
Uma pesquisa realizada pelo Colegiado de Economia da Faculdade
de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (FACAPE) em Petrolina, no Sertão
pernambucano, mostrou que a previsão do pico de casos do novo Coronavírus na
cidade está se aproximando, dia 21 de agosto. Esse resultado é com base nos
estudos matemáticos que consideram a evolução dos números desde o início da
pandemia na região.
A previsão
de quantidade de casos é semanal, entre a segunda e o domingo seguinte. A
estimativa é que até o dia 16 de agosto, Petrolina chegue aos 3.800 casos da
Covid-19. Os dados mais recentes apontam que o município tem, atualmente, 3.514
casos confirmados e 63 óbitos.
“A gente já
consegue perceber que Juazeiro(BA) já chegou à curva. O engraçado que apesar
das duas cidades serem juntas, mas elas não chegam juntas no pico de casos.
Juazeiro chegou um pouco antes, no dia 8 de agosto. Petrolina ainda vai levar,
pelos nossos modelos, uma semana para chegar nesse bendito pico de casos”,
disse o coordenador da Pesquisa, o professor João Ricardo de Lima.
O professor
explica que o pico está relacionado à velocidade de crescimento dos novos
casos.
“Chegar ao
pico significa que a velocidade com que a quantidade de novos casos estava
crescendo, diminuiu. Ela agora está constante e a gente espera que a velocidade
de novos casos comece a cair”.
A pesquisa
começou dia 25 de março. O grupo estava acompanhando os números de casos no
mundo até chegar aos dados do município. “A gente sabia que uma hora a pandemia
iria chegar ao Vale do São Francisco. A gente começou estudando isso no mundo,
no Brasil. Depois a gente colocou os dados do Nordeste e Pernambuco. Finalmente
os do Vale do São Francisco”, explicou o coordenador da pesquisa.
No último
dia 10 de Julho foi anunciado pelo prefeito Miguel Coelho um retorno á
quarentena mais rígida a partir do dia 13 do mesmo mês. Com isso, houve a volta
do fechamento do comércio não-essencial, orla, parque municipal, por exemplo.
Segundo o professor João Ricardo, não foi percebida eficácia na análise realizada
pelo grupo. A análise foi feita a partir da quantidade de casos diários, a
quantidade de testes e o índice de isolamento social.
“Quando
houve a volta da quarentena mais rígida, este índice só passou para 42%. Ele
antes era, com o comércio aberto, era 39%, com o comércio fechado ele passou
para 42%. Agora ele caiu um pouco mais e na terça-feira (11) chegou a 38%. Se
você olha o gráfico não vê uma mudança muito grande. Apenas três pontos
percentuais, quatro pontos percentuais”.
“Só para ter
uma ideia, a literatura mostra que para segurar o avanço no número de casos, o
índice deveria estar entre 60% a 70%. Quando você consegue só 42% ficou muito
longe desses índices”, afirmou o professor João Ricardo de Lima.
O
coordenador da pesquisa ressalta que o isolamento social continua sendo
importante. “A gente não está dizendo que o isolamento deixou de ser importante
para achatar a curva. A gente está dizendo que o isolamento social que se
conseguiu em Petrolina ficou muito baixo, ficou insuficiente para diminuir a
velocidade que os casos estavam crescendo. Se tivesse passado dos 39 para os 60
ou 55%, possivelmente tivesse tido efeito”, explicou.
Uma
expectativa de muitos donos de bares e restaurantes é a reabertura desses
estabelecimentos na cidade. Em Juazeiro, na Bahia, os bares reabriram na última
segunda-feira (10). Em Petrolina, ainda não foi autorizado pelo decreto
estadual. Segundo o professor João Ricardo de Lima, seria preciso aguardar.
“A gente
sabe que essa pandemia tem um efeito econômico e social muito forte. A gente
quer minimizar essa crise na economia e no social. Mas, a gente acha que tem
que esperar um pouquinho mais para essa reabertura porque os setores de bares e
restaurante não são iguais aos setores de roupas e calçados. Você não fica em
um bar por apenas 15 minutos e vai precisar tirar a máscara. É um setor mais
delicado, fica mais tempo e muita gente sem máscara. Muito mais tempo exposto
total. O máximo que está tendo ali é o distanciamento entre as mesas”, declarou
João Ricardo. O temor é que o pico seja prolongado e que os números voltem a
subir e não caiam, como previsto.
Segundo o
professor coordenador da pesquisa, a média móvel calculada em Petrolina até a
terça-feira (11), quando foram divulgados os últimos dados, é de 64 novos casos
diários de pessoas com o novo Coronavírus. A média móvel calculada nesta
pesquisa é comparada nos últimos 7 dias. “Há sete dias, a média móvel em
Petrolina era de 66 novos casos. Então passou de 66 para 64. Ou seja, ela está
estável”, disse o professor. A média móvel de óbitos na cidade está em 0,86
novos óbitos. Há sete dias, a média era 0,71, de acordo com a pesquisa.(G1
Foto Divulgação)
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