segunda-feira, 7 de março de 2022

Em guerra na Ucrânia, Rússia suspende exportações de fertilizantes e decisão atinge Brasil

O país alegou problemas de logística. A decisão deve pressionar os preços dos alimentos em outros países, inclusive, no Brasil

(Foto: Alan Santos/PR)

O Ministério da Indústria e Comércio russo informou, nesta sexta-feira (4), que o país determinou aos seus produtores locais de fertilizantes o encerramento das exportações devido a problemas de logística. A Rússia iniciou, no dia 24 de fevereiro, ações militares na Ucrânia. O teor do comunicado foi publicado pelo jornal Folha de S.Paulo.

Segundo o comunicado do ministério, "falhas no embarque de fertilizantes podem afetar diretamente a segurança nacional de vários países e causar graves consequências na forma de escassez de alimentos para centenas de milhões de pessoas já no médio prazo".

A decisão deverá levar a um forte aumento nos preços dos alimentos, inclusive, no Brasil, que importa 23% dos seus fertilizantes fosfatados e nitrogenados da Rússia, e 3%, de Belarus. O agronegócio brasileiro é o quarto maior consumidor do mundo, atrás de China, Índia e Estados Unidos. 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do país, fechou 2021 a 10,06%, o maior resultado em seis anos e acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 5,25%. Os setores com as maiores variações no período foram os de transportes (21,03%), Habitação (13,05%)e e Alimentação e bebidas (7,94%). Os três responderam por cerca de 79% do IPCA de 2021.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que o Brasil errou em fechar fábricas de fertilizantes. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu à fala da ministra e destacou que foram os "governos de Temer e Bolsonaro que erraram, não o Brasil". Brasil247.



Parlamentares mulheres repudiam declarações sexistas de Mamãe Falei

Deputadas federais pediram a cassação do mandato do deputado estadual Arthur do Val, o Mamãe Falei

Deputado Arthur do Val, deputadas Gleisi Hoffmann, Jandira Feghali, Alice Portugal e Talíria Petrone (Foto: Divulgação)

Parlamentares mulheres foram nesta sexta-feira (4) ao Twitter repudiar as declarações de teor sexista feitas pelo deputado estadual Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei. O parlamentar disseque as mulheres ucranianas "são fáceis porque são pobres".

"Que asno", disse a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR). "Esse é o tipo de gente que elegeu Bolsonaro. Precisa perder o mandato!", postou a parlamentar. 

De acordo com a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), "um parlamentar que usa do seu mandato para assediar mulheres em situação de vulnerabilidade deveria ser IMPEDIDO!". "Nojento!".

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) destacou que as declarações do parlamentar sairam "logo no início do mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher somos surpreendidas por esses absurdos machistas". "Não passarão!".

"Repugnante, nojento, machista!", escreveu a deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA). 247

 

 

 





Dilma é eleita uma das mulheres mais admiradas do Brasil

A lista é encabeça por Fernanda Montenegro, mas tem também os nomes da ex-presidenta da República, de Anitta e Taís Araújo

Dilma Rousseff (Foto: Ricardo Stuckert)

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Qualibest divulgada nesta segunda-feira (7) sobre as mulheres mais admiradas do Brasil trouxe a ex-presidenta Dilma Rousseff na 5ª colocação. Quem liderou a sondagem foi a atriz Fernanda Montenegro, seguida pela cantora Anitta, a também atriz Taís Araújo e a apresentadora Ana Maria Braga.

Derrubada num golpe parlamentar em 2016, na esteira de uma convulsão política provocada por setores da centro direita à extrema direita, e ecoado pelos oligopólios de mídia brasileiros, Dilma saiu do Palácio do Planalto, mas não teve seus direitos políticos cassados e passou a ser reverenciada por personalidades do mundo político e intelectual pela forma como enfrentou o processo de ruptura constitucional sem esmorecer ou titubear na frente seus inimigos.

Diante dos ataques misóginos e machistas, a mineira que construiu a carreira política no Rio Grande do Sul manteve a serenidade e a coragem até mesmo em momentos como o do voto do então deputado federal Jair Bolsonaro, em seu processo de afastamento, que disse votar pelo sim “em memória de Carlos Alberto Brilhante Ustra”, um notório e reconhecido torturador da Ditadura Militar, segundo ele, “o terror da Dilma”, numa escatológica manifestação de covardia e desumanidade do radical de ultradireita que se tornaria presidente anos depois. Fórum 

Leia a íntegra na Fórum.




Rússia anuncia tréguas locais na Ucrânia nesta terça-feira para instaurar corredores humanitários

 GUERRA NA UCRÂNIA 

Cessar-fogo servirá para a retirada de civis de Kiev e outras cidades

               Por AFP

Rússia anunciou, nesta segunda-feira (7), tréguas locais em várias cidades ucranianas a partir desta terça-feira (8), para permitir a evacuação de civis, após uma nova rodada de negociações para encontrar uma saída para o conflito, que causou a morte de 13 pessoas no bombardeio de um padaria industrial a 50 quilômetros de Kiev.

"A Federação Russa anuncia um cessar-fogo a partir das 10h, horário de Moscou (04h00 de Brasília) de 8 de março" para a evacuação de civis de Kiev, bem como das cidades de Sumy, Kharkiv, Chernigov e Mariupol, informou a célula do Ministério da Defesa russo responsável pelas operações humanitárias na Ucrânia, em comunicado divulgado por agências de notícias russas.

Em discurso na televisão por ocasião das festividades de 8 de março, Putin também anunciou que não enviará recrutas ou reservistas para lutar na Ucrânia e garantiu que a guerra naquele país estava sendo travada por "profissionais" que cumprem "objetivos estabelecidos".

Horas antes do anúncio russo, a Ucrânia havia destacado alguns "resultados positivos" nas conversas sobre a implementação de corredores humanitários, embora Moscou tenha dito que as "expectativas" não foram atendidas.

O exército russo anunciou mais cedo a suspensão temporária dos ataques em algumas regiões "com fins humanitários" e a abertura de corredores para retirar os civis de Kiev, Kharkiv, do porto cercado de Mariupol e da localidade de Sumy, perto da fronteira com a Rússia.

Metade dos corredores, porém, segue em direção à Rússia e Belarus, e o governo ucraniano rejeitou a proposta. "Não é uma opção aceitável", disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereschuk.

Por sua vez, o representante russo nas negociações acusou a Ucrânia de impedir a evacuação de civis das zonas de combate e de "usar [civis] direta e indiretamente até mesmo como escudos humanos, o que é claramente um crime de guerra".

"Corredores seguros"
Sobre o terreno, a situação não para de piorar. Ao menos 13 pessoas morreram em um bombardeio contra uma padaria industrial em Makariv, a cerca de 50 km de Kiev.

Além disso, a situação humanitária se agrava a cada dia, com várias cidades assediadas sofrendo com a escassez de produtos básicos, como alimentos, eletricidade e água.

Para levar ajuda humanitária às zonas de combate, a ONU "precisa de corredores seguros", declarou o subsecretário-geral para Assuntos Humanitários da entidade, Martin Griffiths, ao Conselho de Segurança.

A ofensiva russa, iniciada em 24 de fevereiro, provocou a fuga de mais de 1,7 milhão de pessoas da Ucrânia e um número ainda maior de habitantes estão deslocados dentro do país ou bloqueados em cidades bombardeadas pela Rússia. 

O agravamento do conflito também provoca turbulências financeiras e o aumento vertiginoso dos preços do petróleo e do ouro.

O presidente russo, Vladimir Putin, estabeleceu como condição preliminar para a resolução do conflito que Kiev aceitasse todas as exigências de Moscou, especialmente a desmilitarização da Ucrânia e o estabelecimento do status de neutralidade no país.

O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou nesta segunda-feira que não acreditava ser possível negociar uma "solução real" entre Moscou e Kiev e que o conflito continuará, pelo menos a curto prazo.

"Tudo ficará bem'
Na capital Kiev, os soldados ucranianos foram vistos se preparando para um possível ataque russo.

"A capital se prepara para se defender", disse o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, no aplicativo Telegram. "Kiev resistirá! Vai se defender!", acrescentou.

A cidade portuária de Odessa, às margens do Mar Negro, também está cada vez mais ameaçada. Muitas famílias deixaram seus parentes mais idosos, que estão fracos demais para fugir da cidade, e a seus animais domésticos no convento Archangelo-Mikhailovsky, conforme constatou a AFP. 

"Infelizmente não poderemos receber todo o mundo, e também temos problemas de dinheiro", comentou a responsável do convento de cúpulas douradas, Madre Serafina.

Em Irpin, uma pequena cidade nos arredores de Kiev parcialmente controlada pelas forças russas, um corredor humanitário não oficial foi aberto para que milhares de moradores pudessem fugir por uma ponte improvisada e por uma estrada guardada por soldados e voluntários ucranianos.

Crianças, idosos e famílias se apressavam para entrar em ônibus e vans lotadas, na esperança de sobreviver.

"Estou feliz por ter conseguido, agora tudo ficará bem", disse Olga, de 48 anos, que foi retirada com seus dois cães. 

Segundo o ministro da Educação, Sergii Shkarlet, 211 escolas foram atingidas pelo bombardeio.

"Consequências catastróficas" 
Em resposta à ofensiva, os países ocidentais impuseram sanções sem precedentes contra empresas, bancos e oligarcas russos.

Os líderes dos Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido "afirmaram sua determinação de continuar a aumentar os custos para a Rússia da invasão não provocada e injustificada da Ucrânia", declarou o governo americano após uma videoconferência nesta segunda-feira.

Aliados ocidentais mantiveram uma frente unida nas sanções contra a Rússia pela invasão da Ucrânia, mas surgiram na segunda-feira rachaduras sobre a perspectiva de um embargo às importações russas de petróleo e gás, uma medida à qual se apõe a Alemanha, que depende do combustível russo.

Tal embargo teria "consequências catastróficas para o mercado mundial", reagiu o vice-primeiro-ministro russo de Energia, Alexander Novak, dizendo que "o aumento de preço pode ser imprevisível e chegar a mais de US$ 300 por barril".

No entanto, o presidente dos EUA, Joe Biden, "ainda não tomou uma decisão" sobre um eventual embargo russo de petróleo e gás, disse sua porta-voz, Jen Psaki, nesta segunda-feira.

O agravamento do conflito e a perspectiva de novas sanções fizeram os preços do petróleo dispararem. Um barril de Brent do Mar do Norte chegou perto dos 140 dólares, quase um recorde.

Em resposta às sanções internacionais, o governo russo estabeleceu uma lista de países "hostis" a Moscou, aos quais indivíduos e empresas poderão pagar suas dívidas em rublos, moeda que perdeu 45% de seu valor desde janeiro.

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PIB pernambucano registra crescimento de 4,2% em 2021

BALANÇO


                                Por: Danielle Santana

 

Por: Diario de Pernambuco

Resultado confirma a tendência de recuperação da economia do estado (ernando Frazão/Agência Brasil)

Após encerrar o ano de 2020 com uma retração de 1,4%, o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou sinais de recuperação e encerrou 2021 com um crescimento de 4,2%, que representa um agregado de R$ 233,4 bilhões na economia estadual. O resultado, semelhante ao desempenho nacional no mesmo período, 4,6%, foi apresentado nesta segunda-feira (7) pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco – Condepe/Fidem, e confirma a tendência de recuperação da economia do estado. 
No ano passado, o setor de serviços, responsável pelo maior impacto no resultado final do PIB de Pernambuco, avançou 4,3%. O destaque ficou por conta do segmento de transporte, armazenagem e correio, que cresceu 15% no último trimestre. Entre as áreas que integram o setor, apenas o segmento de intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados registrou um desempenho negativo no último ano, com queda de 1,4%. 

O diretor de Estudos e Pesquisas da Condepe/Fidem, Maurílio Lima, destaca que o setor de serviços foi o que mais sofreu com a pandemia da Covid-19. No entanto, apesar de ter encerrado o ano de 2020 com retração de 5,1% no PIB, o setor terciário se destaca por sua capacidade de recuperação. 

“É um setor que tem respostas mais rápidas, com efeitos quase imediatos por conta de sua proximidade com a população. Esses segmentos que foram mais afetados, na medida que sofreram estímulos com a liberação de certas atividades, se recuperam mais rápido.  Um dos destaques é o turismo, que faz parte do setor de serviços e cresceu 40,8% no último ano de acordo com o IBGE”, afirmou. 

Para ele, com a retomada da economia, a perspectiva é de que o avanço continue. “Se a pandemia passar logo, teremos respostas muito mais importantes do setor de serviços por ser o setor de maior peso da economia”, finalizou. 

Enquanto isso, a indústria pernambucana cresceu 3,7% em 2021. No setor secundário, a produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana foi o segmento com maior avanço no último ano, 11%. Enquanto a construção civil e a indústria de transformação cresceram 6% e 1,1%, respectivamente. 

Apesar do avanço no balanço anual, o resultado do setor no último trimestre do último ano foi negativo, com queda de 6,3%. Nesse período, a indústria de transformação registrou uma queda de 8,5%, enquanto a construção civil retraiu 4,2%. Apenas a produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana avançou, 1,1%

No estado, a agropecuária registrou um aumento de 5% no último ano. Neste setor, as lavouras temporárias registraram um aumento de 14,3%, com destaque para as lavouras de arroz, cana-de-açúcar, feijão, cebola, tomate, abacaxi e batata doce, que finalizaram o ano com desempenho positivo. Enquanto isso,  as lavouras permanentes cresceram 4%. Já a pecuária avançou 3,6%.


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Anistia Internacional: Ucrânia viola direitos de prisioneiros de guerra

A Anistia reforçou que os direitos dos prisioneiros de guerra devem ser respeitados, sem tortura, pressão física e psicológica e tratamentos desumanos

Reservistas do exército ucraniano em treinamento (Foto: VALENTYN OGIRENKO - Reuters)

A Ucrânia viola direitos de prisioneiros de guerra russos que estão tendo suas imagens divulgadas pelas autoridades ucranianas, segundo afirmou a ONG de direitos humanos Anistia Internacional nesta segunda-feira, 7.

A ONG denunciou que soldados russos capturados estão sendo levados para entrevistas coletivas do governo ucraniano para falar sobre o papel que exerceram em sua operação militar na Ucrânia.

Alguns aparecem com sinais de espancamento e, além de criticar Moscou, dizem que foram usados como massa de manobra por Moscou e que não entendiam a dimensão do conflito.

A Anistia reforçou que os direitos dos prisioneiros de guerra devem ser respeitados de acordo com a Terceira Convenção de Genebra, que proíbe a tortura, a pressão física e psicológica e os tratamentos desumanos.

"Qualquer aparição pública pode colocar os prisioneiros de guerra em risco quando estes retornarem para seu país de origem, além de criar uma situação problemática para suas famílias", afirmou Joanne Mariner, diretora do setor de respostas a crises da ONG. 247

*Com informações da Folha de S.Paulo




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