Perguntado sobre 'esconder' a ex-presidente, Lula afirmou que "tentar jogar a culpa da quebradeira em cima da Dilma é tentar apaziguar o golpe, que foi o que quebrou esse país"
Dilma Rousseff e Lula (Foto: Cláudio Kbene)
O ex-presidente Lula (PT), em entrevista nesta sexta-feira (29) à Rádio Jornal, de Pernambuco, afirmou novamente ter "orgulho" da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e falou que ela "irá fazer o que quiser" na sua campanha ao Palácio do Planalto.
Lula foi questionado se a ex-mandatária teria espaço em seu palanque eleitoral. "Dilma irá fazer da minha campanha o que ela quiser. Ela vai ser cabo eleitoral da minha campanha. Dilma será minha companheira antes, durante e depois das eleições".
O ex-presidente ainda ressaltou que Dilma foi vítima de uma articulação por sua derrubada, liderada pelo então presidente da Câmara dos Deputados em 2016, Eduardo Cunha.
Segundo Lula, o responsável pela "quebradeira" econômica do Brasil foi o golpe, não Dilma. "As coisas começaram a dar errado quando o Eduardo Cunha chegou à presidência da Câmara, que resolveu criar bombas todo dia contra a Dilma. Tentar jogar a culpa da quebradeira em cima da Dilma é tentar apaziguar o golpe de 2016, que foi o que quebrou esse país". (247).
Comitê de Direitos Humanos decidiu que o ex-juiz suspeito perseguiu ilegalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins; Lula e ONU (Foto: Reprodução | Ricardo Stuckert | Reuters)
Os jornais da mídia corporativa brasileira, que se associaram ao ex-juiz suspeito Sergio Moro para perseguir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a Lava Jato, com o objetivo de criar condições para um choque neoliberal na economia brasileira, que destruiu empregos e retirou direitos de milhões de trabalhadores, não conseguiram esconder a notícia de que seu ex-herói foi declarado parcial pelo Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas – notícia que deve destaque global.
"Moro e procuradores da Lava Jato foram parciais contra Lula, afirma comitê da ONU", destaca a reportagem publicada pela jornalista Victoria Azevedo, na Folha de S. Paulo. "A afirmação do comitê não tem nenhum efeito jurídico, mas tem peso político para fortalecer o discurso de Lula de perseguição política às vésperas da disputa eleitoral na qual lidera as pesquisas de intenção de voto", escreve a jornalista.
Para Reinaldo Azevedo, também na Folha de S. Paulo, a ONU explica os desmandos da Lava Jato para o mundo. "Sou obcecado pelo devido processo legal. Se não posso confiar no Estado julgador, por intermédio do Poder Judiciário, vou confiar em quê? Na luta armada? Infelizmente, noto à margem, remanescem certos cacoetes que o lava-jatismo imprimiu à cobertura jornalística", diz ele.
O jornal O Globo, que liderou a perseguição midiática a Lula e fez de Moro seu herói com pés de barro, também destacou que o Comitê da ONU diz que Lava-Jato violou direitos políticos de Lula, numa reportagem assinada por Guilherme Caetano. "O STF já havia julgado, em junho de 2021, que Moro atuara com parcialidade nos processos de Lula envolvendo o caso do triplex do Guarujá — que deu ao ex-presidente sua primeira condenação na operação Lava-Jato. Em março daquele ano o Tribunal tinha devolvido os direitos políticos a Lula em razão da anulação das condenações", lembrou o jornalista.
O Valor Econômico, por sua vez, lembrou que o peso de decisão da ONU é moral, em reportagem de Ricardo Mendonça. "O Comitê concluiu que foram violados o direito de Lula de ser julgado por um tribunal imparcial, o direito à privacidade no curso das investigações e seus direitos políticos. O petista ficou 580 dias preso e foi impedido de disputar a Presidência da República em 2018, eleição depois vencida por Jair Bolsonaro", escreveu o repórter.
Na imprensa brasileira, a exceção vergonhosa foi a do Estado de S. Paulo, que apenas registrou o fato histórico numa nota de rodapé. O Comitê de Direitos Humanos da ONU é formado por 18 membros e tem o papel de monitorar a implementação do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, que é ratificado por 173 países, entre eles o Brasil. (Brasil247).
O ex-presidente também pediu que a imprensa tradicional "peça desculpas e admita que foi enganada por Moro e Dallagnol". (vídeo)
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou, nesta quinta-feira (28), suas vitórias na Organização das Nações Unidas (ONU), que reconheceu a parcialidade de Sergio Moro contra o petista e confirmou a outra ilegalidade do ex-juiz sobre a interceptação telefônica de uma conversa entre Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016.
"Hoje eu estou feliz, a decisão do tribunal da ONU lavou a minha alma. E eu só quero que a imprensa, que divulgou tantas mentiras sobre mim, peça desculpas e admita que foi enganada por Moro e Dallagnol", escreveu o ex-presidente no Twitter.
Os advogados Valeska e Cristiano Zanin Martins, responsáveis pela defesa de Lula, afirmaram que as decisões da ONU representaram uma vitória da democracia brasileira.
Em março, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) também decidiu que Deltan Dallagnol deve indenizar o ex-presidente em R$ 75 mil por causa da apresentação do PowerPoint, em 2016, quando o procurador apresentou acusações sem provas contra Lula. (Brasil247).