sexta-feira, 29 de abril de 2022

Mídia corporativa se redime e destaca vitória de Lula na ONU contra os crimes de Moro (vídeo)

Comitê de Direitos Humanos decidiu que o ex-juiz suspeito perseguiu ilegalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins; Lula e ONU (Foto: Reprodução | Ricardo Stuckert | Reuters)

Os jornais da mídia corporativa brasileira, que se associaram ao ex-juiz suspeito Sergio Moro para perseguir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a Lava Jato, com o objetivo de criar condições para um choque neoliberal na economia brasileira, que destruiu empregos e retirou direitos de milhões de trabalhadores, não conseguiram esconder a notícia de que seu ex-herói foi declarado parcial pelo Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas – notícia que deve destaque global.

"Moro e procuradores da Lava Jato foram parciais contra Lula, afirma comitê da ONU", destaca a reportagem publicada pela jornalista Victoria Azevedo, na Folha de S. Paulo. "A afirmação do comitê não tem nenhum efeito jurídico, mas tem peso político para fortalecer o discurso de Lula de perseguição política às vésperas da disputa eleitoral na qual lidera as pesquisas de intenção de voto", escreve a jornalista.

Para Reinaldo Azevedo, também na Folha de S. Paulo, a ONU explica os desmandos da Lava Jato para o mundo. "Sou obcecado pelo devido processo legal. Se não posso confiar no Estado julgador, por intermédio do Poder Judiciário, vou confiar em quê? Na luta armada? Infelizmente, noto à margem, remanescem certos cacoetes que o lava-jatismo imprimiu à cobertura jornalística", diz ele.

O jornal O Globo, que liderou a perseguição midiática a Lula e fez de Moro seu herói com pés de barro, também destacou que o Comitê da ONU diz que Lava-Jato violou direitos políticos de Lula, numa reportagem assinada por Guilherme Caetano. "O STF já havia julgado, em junho de 2021, que Moro atuara com parcialidade nos processos de Lula envolvendo o caso do triplex do Guarujá — que deu ao ex-presidente sua primeira condenação na operação Lava-Jato. Em março daquele ano o Tribunal tinha devolvido os direitos políticos a Lula em razão da anulação das condenações", lembrou o jornalista.

O Valor Econômico, por sua vez, lembrou que o peso de decisão da ONU é moral, em reportagem de Ricardo Mendonça. "O Comitê concluiu que foram violados o direito de Lula de ser julgado por um tribunal imparcial, o direito à privacidade no curso das investigações e seus direitos políticos. O petista ficou 580 dias preso e foi impedido de disputar a Presidência da República em 2018, eleição depois vencida por Jair Bolsonaro", escreveu o repórter.

Na imprensa brasileira, a exceção vergonhosa foi a do Estado de S. Paulo, que apenas registrou o fato histórico numa nota de rodapé. O Comitê de Direitos Humanos da ONU é formado por 18 membros e tem o papel de monitorar a implementação do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, que é ratificado por 173 países, entre eles o Brasil. (Brasil247).

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