Presidente diz que dos 10 atacantes que ficaram nas instalações de Paramacay, nove são civis e um é um tenente desertor há meses
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que o ataque lançado por cerca de vinte homens contra a base militar de Valencia (norte) deixou, neste domingo (6), dois mortos e oito detidos, um dos quais está ferido.
"Dois foram abatidos pelo fogo leal à pátria, um está ferido. Destes 10 atacantes que ficaram nas instalações de Paramacay, nove são civis e um é um tenente desertor há meses, que tinha dado baixa (foi reformado)", assegurou o presidente em seu programa dominical de TV.
Leia também:
Assembleia Constituinte da Venezuela suspende sessão Sobrevoo de helicópteros, barricadas, blindados, detonações. A tensão tomou conta da cidade venezuelana de Valencia (norte). Em meio a boatos de um motim, o governo de Nicolás Maduro assegurou ter frustrado na madrugada uma incursão "terrorista" de um grupo de civis e um oficial desertor, vestindo trajes camuflados, no forte Paramacay.
"Há uma semana os vencemos com votos e hoje tivemos que vencer o terrorismo com balas", disse Maduro, em alusão às eleições de sua toda-poderosa Assembleia Constituinte.
"Dois [invasores] foram abatidos pelo fogo leal à pátria, um está ferido. Destes 10 atacantes que ficaram nas instalações de Paramacay, nove são civis e um é um tenente desertor há meses, que tinha dado baixa (foi reformado)", assegurou o presidente em seu programa dominical de TV.
A cifra revisou para cima um balanço divulgado anteriormente pelo comandante do Exército Jesus Suárez Chourio, que havia reportado um morto e um ferido grave no ataque à base, que os militares afirmam ter sido rapidamente contido.
Outros oficiais haviam mencionado a detenção de "vários" atacantes. No destacamento atacado, o general Suárez assegurou que os atacantes "foram derrotados".
"Estamos aqui festejando o triunfo da pátria em paz", afirmou, diante de um pelotão. No entanto, em Valencia (180 km a oeste de Caracas), a situação era tensa. Helicópteros sobrevoavam os arredores da base, sede da 41ª brigada do Exército, e militares em blindados e com armas longas patrulhavam o local, comprovou uma equipe da AFP.
Após o incidente, dezenas de pessoas ergueram barricadas nas proximidades de Valencia, onde puseram troncos de árvores e queimaram lixo, desatando confrontos com militares da Guarda Nacional que os dispersaram com bombas de gás lacrimogêneo e projéteis de chumbo.
Pequenos distúrbios também foram registrados em um setor do leste de Caracas, onde manifestantes tentaram bloquear uma rodovia e foram reprimidos pela Guarda Nacional.
Oposição exige "verdade"
O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, assegurou que a incursão à base se tratou de "um ataque terrorista do tipo paramilitar", segundo um comunicado que assinou diante de uma câmera, junto com outros comandantes militares, finalizando com seu lema habitual: "Chávez vive, a luta continua!"
Para ele, o ataque foi executado por "um grupo de delinquentes civis vestindo uniformes militares e por um primeiro-tenente em situação de deserção".
Padrino não deu grande importância ao acontecimento e afirmou que "não é mais que um show de propaganda, uma quimera, um passo desesperado da extrema direita", como Maduro chama a oposição.
"Faz parte dos planos de desestabilização e conspiração contínua" para "evitar que se consolide o renascimento da nossa república", completou Padrino, em referência à Assembleia Constituinte, alvo de um forte repúdio internacional e de denúncias de fraude.
O ministro reiterou o "apoio incondicional" da Força Armada a Maduro, confrontado há quatro meses a protestos que já deixaram 125 mortos.
Os atacantes "foram repelidos imediatamente", destacou o ministro e general Remigio Ceballos, comandante Estratégico Operacional, que ainda informou que sete invasores foram capturados e "estão fornecendo dados".
Padrino apontou que essas pessoas confessaram ter sido contratadas por "ativistas da extrema-direita venezuelana em conexão com governos estrangeiros" e que "parte do grupo conseguiu furtar algumas armas".
O presidente do Parlamento venezuelano, Julio Borges, exigiu do governo a verdade sobre este fato e que se abstenha de uma "caça às bruxas" contra a oposição.
Maduro denuncia frequentemente planos de golpe de Estado de seus adversários políticos, os quais teriam o apoio dos Estados Unidos.
Suposto motim
O incidente foi revelado após a divulgação nas redes sociais e em vários meios de comunicação de um vídeo supostamente gravado na 41ª Brigada Blindada de Valencia, no qual um homem se apresenta como capitão e declara "rebelião" contra Maduro e exige um "governo de transição".
"Nós nos declaramos em rebelião legítima (...) para desconhecer a tirania assassina de Nicolás Maduro. Esclarecemos que isto não é um golpe, esta é uma ação cívica e militar para restaurar a ordem constitucional", afirma o homem que se identificou como o capitão Juan Caguaripano.
O homem aparecia com outros 15 vestidos com roupas camufladas, alguns armados.
"Exigimos a formação imediata de um governo de transição e eleições gerais livres", declarou.
Sem fazer referência a Caguaripano, Padrino garantiu que o suposto desertor é um "oficial subalterno que há três anos foi retirado da instituição por traição à pátria e rebelião", e que fugiu para os Estados Unidos.
Caguaripano seria ligado a uma brigada anti-sequestro e extorsão. Ele é fugitivo desde 2014, segundo o jornal El Nacional.
A Força Armada é o principal apoio de Maduro, que lhe confere grande poder político e militar.
O incidente ocorreu horas depois de Leopoldo López, o mais emblemático entre os cerca de 500 opositores presos, retornar à prisão domiciliar após passar quatro dias em uma cadeia militar por suspeita de fuga.
López foi condenado a quase 14 anos de prisão por "incitar a violência" nos protestos de 2014 que deixaram 43 mortos. (247).
"Dois foram abatidos pelo fogo leal à pátria, um está ferido. Destes 10 atacantes que ficaram nas instalações de Paramacay, nove são civis e um é um tenente desertor há meses, que tinha dado baixa (foi reformado)", assegurou o presidente em seu programa dominical de TV.
Leia também:
Assembleia Constituinte da Venezuela suspende sessão Sobrevoo de helicópteros, barricadas, blindados, detonações. A tensão tomou conta da cidade venezuelana de Valencia (norte). Em meio a boatos de um motim, o governo de Nicolás Maduro assegurou ter frustrado na madrugada uma incursão "terrorista" de um grupo de civis e um oficial desertor, vestindo trajes camuflados, no forte Paramacay.
"Há uma semana os vencemos com votos e hoje tivemos que vencer o terrorismo com balas", disse Maduro, em alusão às eleições de sua toda-poderosa Assembleia Constituinte.
"Dois [invasores] foram abatidos pelo fogo leal à pátria, um está ferido. Destes 10 atacantes que ficaram nas instalações de Paramacay, nove são civis e um é um tenente desertor há meses, que tinha dado baixa (foi reformado)", assegurou o presidente em seu programa dominical de TV.
A cifra revisou para cima um balanço divulgado anteriormente pelo comandante do Exército Jesus Suárez Chourio, que havia reportado um morto e um ferido grave no ataque à base, que os militares afirmam ter sido rapidamente contido.
Outros oficiais haviam mencionado a detenção de "vários" atacantes. No destacamento atacado, o general Suárez assegurou que os atacantes "foram derrotados".
"Estamos aqui festejando o triunfo da pátria em paz", afirmou, diante de um pelotão. No entanto, em Valencia (180 km a oeste de Caracas), a situação era tensa. Helicópteros sobrevoavam os arredores da base, sede da 41ª brigada do Exército, e militares em blindados e com armas longas patrulhavam o local, comprovou uma equipe da AFP.
Após o incidente, dezenas de pessoas ergueram barricadas nas proximidades de Valencia, onde puseram troncos de árvores e queimaram lixo, desatando confrontos com militares da Guarda Nacional que os dispersaram com bombas de gás lacrimogêneo e projéteis de chumbo.
Pequenos distúrbios também foram registrados em um setor do leste de Caracas, onde manifestantes tentaram bloquear uma rodovia e foram reprimidos pela Guarda Nacional.
Oposição exige "verdade"
O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, assegurou que a incursão à base se tratou de "um ataque terrorista do tipo paramilitar", segundo um comunicado que assinou diante de uma câmera, junto com outros comandantes militares, finalizando com seu lema habitual: "Chávez vive, a luta continua!"
Para ele, o ataque foi executado por "um grupo de delinquentes civis vestindo uniformes militares e por um primeiro-tenente em situação de deserção".
Padrino não deu grande importância ao acontecimento e afirmou que "não é mais que um show de propaganda, uma quimera, um passo desesperado da extrema direita", como Maduro chama a oposição.
"Faz parte dos planos de desestabilização e conspiração contínua" para "evitar que se consolide o renascimento da nossa república", completou Padrino, em referência à Assembleia Constituinte, alvo de um forte repúdio internacional e de denúncias de fraude.
O ministro reiterou o "apoio incondicional" da Força Armada a Maduro, confrontado há quatro meses a protestos que já deixaram 125 mortos.
Os atacantes "foram repelidos imediatamente", destacou o ministro e general Remigio Ceballos, comandante Estratégico Operacional, que ainda informou que sete invasores foram capturados e "estão fornecendo dados".
Padrino apontou que essas pessoas confessaram ter sido contratadas por "ativistas da extrema-direita venezuelana em conexão com governos estrangeiros" e que "parte do grupo conseguiu furtar algumas armas".
O presidente do Parlamento venezuelano, Julio Borges, exigiu do governo a verdade sobre este fato e que se abstenha de uma "caça às bruxas" contra a oposição.
Maduro denuncia frequentemente planos de golpe de Estado de seus adversários políticos, os quais teriam o apoio dos Estados Unidos.
Suposto motim
O incidente foi revelado após a divulgação nas redes sociais e em vários meios de comunicação de um vídeo supostamente gravado na 41ª Brigada Blindada de Valencia, no qual um homem se apresenta como capitão e declara "rebelião" contra Maduro e exige um "governo de transição".
"Nós nos declaramos em rebelião legítima (...) para desconhecer a tirania assassina de Nicolás Maduro. Esclarecemos que isto não é um golpe, esta é uma ação cívica e militar para restaurar a ordem constitucional", afirma o homem que se identificou como o capitão Juan Caguaripano.
O homem aparecia com outros 15 vestidos com roupas camufladas, alguns armados.
"Exigimos a formação imediata de um governo de transição e eleições gerais livres", declarou.
Sem fazer referência a Caguaripano, Padrino garantiu que o suposto desertor é um "oficial subalterno que há três anos foi retirado da instituição por traição à pátria e rebelião", e que fugiu para os Estados Unidos.
Caguaripano seria ligado a uma brigada anti-sequestro e extorsão. Ele é fugitivo desde 2014, segundo o jornal El Nacional.
A Força Armada é o principal apoio de Maduro, que lhe confere grande poder político e militar.
O incidente ocorreu horas depois de Leopoldo López, o mais emblemático entre os cerca de 500 opositores presos, retornar à prisão domiciliar após passar quatro dias em uma cadeia militar por suspeita de fuga.
López foi condenado a quase 14 anos de prisão por "incitar a violência" nos protestos de 2014 que deixaram 43 mortos. (247).
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