A CPMF foi apenas uma cortina de fumaça para degolar o secretário
da Receita Federal e colocar no lugar dele alguém da confiança de Bolsonaro,
que possa aparelhar o órgão e garantir ao presidente a blindagem que deseja.
Esta é a avaliação do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), sobre a queda
de Marcos Cintra do governo.
O senador
acredita que Bolsonaro ainda pretende, com todas as mudanças que têm feito em
órgãos como o Coaf e a Polícia Federal, se utilizar dessas instituições para
perseguir adversários.
Para Humberto,
essa história de que o secretário da Receita caiu por causa da CPMF é uma
imensa balela, pois ele jamais deixaria o posto por defender uma ideia que não
é só sua, mas, fundamentalmente, do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do
próprio Bolsonaro.
“Marcos Cintra
caiu por um motivo só: ele não entregou ao presidente da República o que ele
queria, a blindagem. Ele não quis, ou não conseguiu, botar rédea numa Receita
que está agindo alinhada a Sergio Moro e aos procuradores da Lava Jato e vem
ameaçando a própria família Bolsonaro com uma devassa”, afirmou.
O parlamentar
diz que está havendo uma queda-de-braço pela apropriação dos órgãos de Estado
entre Bolsonaro e seu grupo político e Sergio Moro e a organização criminosa
que opera dentro Lava Jato. “Pelo bem da democracia, que percam os dois”,
disparou.
O líder do PT
no Senado entende que, do mesmo jeito que vasculharam arbitrariamente a vida de
dezenas de agentes públicos – muitos dos quais altas autoridades, como
ministros do Supremo Tribunal Federal – auditores da Receita também têm
avançado sobre os interesses de Bolsonaro, seus familiares e amigos, ameaçando
descobrir e revelar atividades financeiras escusas.
Ele lembra que
os escândalos revelados recentemente vão de rachadinhas à lavagem de dinheiro e
ocultação de patrimônio, cujo potencial seria o de chantagear o presidente com
os crimes descobertos e torná-lo refém “desse grupelho que opera nas sombras do
Estado”.
“Essa é a
tônica do Estado totalitário, do Estado despótico, cujo governo se apropria das
instituições para projetos políticos. Aqui no Congresso, e recorrendo ao STF
sempre que necessário, nós ofereceremos uma ampla resistência a essa nefasta
guerra travada nas sombras dos órgãos do Estado que ameaça, sobretudo, a
própria democracia brasileira”, ressaltou.(Ascom)
Blog do BILL
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