'A Barra (da Tijuca) é monitorada, lugar turístico. Ali, só vai cometer barbaridade, com a tranquilidade de quem dá 30 tiros, quem está se sentindo seguro', afirmou o parlamentar
Chico Alencar e médicos alvos de atentado no Rio de Janeiro (Foto: Agência Câmara | Reprodução )
O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) afirmou nesta quinta-feira (5), no programa Boa Noite 247, ser "pouco plausível" que os responsáveis pelo assassinato de três médicos, mortos a tiros na Barra da Tijuca, bairro da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro (RJ). >>> Glauber cobra investigação 'séria e profunda' após assassinato do cunhado: "tristeza absoluta"
"De milícia, a polícia do Rio entende. Eles trocam de papéis com frequência. Acho pouco plausível que tenham cometido erro de pessoa. São profissionais", afirmou Alencar. "A Barra (da Tijuca) é monitorada, iluminada, movimentada. É um lugar turístico. Ali, só vai cometer barbaridade, com a tranquilidade de quem dá 30 tiros, quem está se sentindo seguro, que se sente dono da cidade. Tem que investigar conivência disso aí".
De acordo com o deputado, os homicídios foram "uma tragédia que precisa ser investigada a fundo, com serenidade e seriedade". "O estado do Rio se tornou uma unidade miliciana da federação. Milícias operam na manutenção da ordem para qualquer negócio", disse. >>> Interceptação telefônica reforça hipótese de que médicos foram executados por engano
Investigadores têm um áudio com o objetivo de apurar os homicídios. O Quiosque do Naná fica na mesma avenida onde mora o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa. De acordo com as apurações iniciais, os responsáveis pelo assassinato confundiram o ortopedista Perseu Ribeiro Almeida com o criminoso.
Na entrevista ao 247, Chico Alencar fez críticas à polícia do estado do Rio de Janeiro. "A polícia do Cláudio Castro (governador), sozinha, não vai investigar a contento. Estamos esperando o desmembramento do crime terrível que vitimou Marielle", acrescentou. >>> Polícia Civil suspeita que assassinos de médicos foram a quiosque errado atrás de miliciano
A então vereadora Marielle Franco (PSOL) foi assassinada em março de 2018 pelo crime organizado. Os atiradores efetuaram os disparos em um lugar sem câmeras na região central do município do Rio e, antes do crime, havia perseguido o carro onde ela estava por cerca de três, quatro quilômetros.
A ex-parlamentar era ativista de direitos humanos, fazia denúncias contra a violência policial nas favelas e também criticava a atuação de milícias - grupos de criminosos que, além de cometerem assassinatos, atuam ilegalmente cobrando de moradores pobres a taxa de serviço como oferta de energia e segurança. >>> "Estamos destroçados", diz Sâmia, que agradece pelas manifestações de apoio-247.
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