segunda-feira, 15 de abril de 2013

Estudos mostram que a cura da Aids pode estar próxima



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Vamos conhecer o que há de mais avançado na luta contra a Aids, uma doença que atinge mais de 400 mil brasileiros. Esta semana, alguns dos maiores especialistas do mundo se reuniram em São Paulo. O doutor Drauzio Varella esteve lá, e mostra agora que existe esperança nessa luta.
Aos oito anos de idade, Rose sentiu medo, como qualquer criança. Mas os seus temores já eram de gente grande.
“Eu achei que ia ficar daquele jeito até morrer. Achei que ia ficar debilitada, ou para sempre, não morrer, mas ficar sofrendo”, lembra Rose.
Rose, que não quis usar seu nome verdadeiro, nasceu com o vírus da Aids, mas os pais adotivos só descobriram quando a menina caiu de cama com uma meningite grave.
Drauzio: E que ideia você fazia da Aids nesse tempo?
Rose: A única coisa que me preocupava quando ela me falou, minha médica, era de que não tinha cura.
A cura ainda não chegou. Mas está mais perto para Rose e todos os infectados pelo HIV.
Esta semana, os maiores especialistas no assunto estiveram na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Eles contam agora, no Fantástico, como pretendem vencer as últimas etapas para chegar à cura da Aids.
A infecção pelo HIV ocorre quando o vírus penetra nos glóbulos brancos, as células de defesa do organismo.
Para conseguir se multiplicar, ele precisa misturar os seus genes com os genes da célula.
E, quando esse vírus escapa para cair na circulação e infectar novos glóbulos, o HIV recém-nascido mata a célula que lhe deu origem.
É um ciclo que pouco a pouco destrói o sistema de defesa. Por isso a Rose ficou tão mal.
Os remédios que ela toma matam os vírus assim que eles saem das células.
Grande parte das pessoas HIV positivas tratadas com antivirais consegue eliminar o vírus da circulação. O exame de sangue mostra: carga viral indetectável. O problema é que elas não conseguem ficar livres do vírus que está escondido dentro das células.
O coquetel não consegue atingir o HIV que permanece dentro dos glóbulos brancos. O vírus continua ali, protegido.
O desafio que a ciência enfrenta é como retirar esses vírus dos esconderijos e jogá-los na circulação para que eles possam ser destruídos pelos antivirais altamente eficazes que nós temos hoje.
A nossa suspeita é a de que algumas medicações agem melhor nesses esconderijos, explica o pesquisador escocês Mario Stevenson, da Universidade de Miami.
O grande diferencial da pesquisa dele é o uso de medicamentos antivirais em doses capazes de obrigar os vírus indetectáveis a sair das células e aparecer na corrente sanguínea.
Se nós conseguirmos que as drogas entrem nesses esconderijos, nós podemos reduzir drasticamente a duração da vida do vírus, completa o especialista.
Por enquanto, o teste está sendo feito com macacos. Os resultados são animadores.
O estudo será publicado numa das mais respeitadas revistas científicas, a Science.
O esloveno Matija Peterlin tem focado sua atenção na chamada cura funcional da Aids.
Durante décadas, o coquetel de remédios mantém a carga viral no sangue igual a zero.
Mas basta interromper os medicamentos por alguns dias para que o HIV volte para a circulação.
A cura funcional traz para fora o vírus escondido, até um ponto em que sobre tão pouco que o sistema de defesas convive com ele sem problemas.
Foi isso que aconteceu com um bebê norte-americano, no mês passado. Mas o diagnóstico foi comemorado com cautela pelos médicos.
No bebê, a ação foi mais eficaz do que em adultos porque a medicação foi aplicada logo após o nascimento, sem dar chance para o vírus se esconder, contou o médico.
Em todo mundo, até agora, apenas uma pessoa eliminou a Aids do corpo.
A esperança está viva, comemorou um paciente.
O americano Timothy Ray Brown era HIV positivo e tinha leucemia. Em 2007, ele recebeu um transplante de medula óssea. Todo seu sistema imunológico foi substituído pelo o que veio do doador.
Acontece que o doador não tinha a proteína que serve de maçaneta para o vírus abrir a porta de entrada da célula. Sem essa proteína, o vírus no corpo de Timothy morreu por conta própria.
Enquanto a tecnologia mais avançada ajuda os cientistas a encontrar a cura da Aids, no Brasil enfrentamos os velhos problemas. Por medo, as pessoas não fazem o teste. Só descobrem que são HIV positivo na fase avançada da doença. Quando correm o risco de morte.
São 38 mil casos novos a cada ano. Ao todo, 11 mil brasileiros ainda morrem da doença todos os anos. 135 mil pessoas têm o vírus, mas não sabem.
Drauzio: Maria Clara, por que pessoas que têm práticas sexuais arriscadas não fazem o teste?
Maria clara: Eu acho que as pessoas ainda têm medo.
Marcelino viveu anos sem saber que estava infectado pelo HIV. Nunca fez o teste, nem mesmo quando um médico recomendou o exame após um quadro de anemia intensa.
Marcelino: Quando ele me deu o exame e eu olhei HIV, eu fiquei tão abisuntado que eu rasguei e fui embora para casa. Aí depois de um mês eu caí de cama.
A toxoplasmose já era uma manifestação grave da Aids. Marcelino ficou em coma. Passou três meses sem falar e ainda recupera alguns movimentos do lado esquerdo do corpo.
Hoje ele ajuda a conscientizar as pessoas sobre a necessidade de se fazer o teste, gratuito pelo Sistema Único de Saúde. E, principalmente, que o melhor caminho ainda é a prevenção.
Drauzio: Você acha que os mais jovens estão conscientes
Marcelino: Não. O que a gente está pegando de pessoas com 20, 22 a 24 anos que estão infectados e chegam. Eles acham que o vizinho pode pegar HIV. Mas eles não. (G1)
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