quarta-feira, 7 de novembro de 2018

BOLSONARO DIZ A TOFFOLI QUE OUVIRÁ STF ANTES DE TOMAR DECISÕES

Rosinei Coutinho/STF

Do Conjur - O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) se encontrou nesta quarta-feira, 7, com o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, e prometeu consultar o STF antes de tomar decisões e enviar medidas ao Legislativo.
"Muitas vezes procurarei vossa excelência antes de tomar inciativa, o procurarei, para que a gente possa aperfeiçoar essa ideia e tenha o menor grau de resistência do Parlamento. Assim, ela de forma mais harmônica siga o seu curso nacional dentro do Parlamento, que é outro Poder o qual eu conheço com uma certa profundidade, ao longo de 28 anos de mandato de deputado federal. Isso porque não podemos perder tempo pelo nosso Brasil", disse Bolsonaro. 
Toffoli afirmou que o diálogo prévio evitará que os Poderes entrem em choque. "Fico muito feliz com a manifestação de que manterá o diálogo. Penso que, muitas vezes, antes de medida enviada ao Legislativo, o diálogo poderá facilitar e evitar que entremos em choque. Por isso de antemão venho repetido sobre esse pacto federativo", disse. De acordo com ele, já houve no passado um pacto republicano que trouxe leis proveitosas, com frutos como, inclusive, leis de combate à corrupção.
"Dentre tantos outros desafios que o senhor vai ter. A relação entre os Poderes é de independência. Mas temos o dever da harmonia. Da nossa parte, temos garantido aqui essa harmonia", ressaltou o presidente do Supremo. Toffoli mencionou ainda três pontos que vem destacando desde a posse: a reforma da Previdência, a tributária e a questão da federalização da segurança pública.
O presidente eleito abriu sua fala falando sobre respeito às instituições, à Constituição e sobre o esforço de diálogo entre os Poderes. "Os poderes são harmônicos e independentes, mas o momento que o Brasil atravessa cada vez mais nós devemos trabalhar em conjunto. Temos certeza de que trabalhando em harmonia poderemos vencer esses obstáculos que o país enfrenta. Temos crise ética e moral também, além de uma economia gravíssima. Mas temos potencial para superar esses obstáculos", disse.
Bolsonaro esteve no Supremo acompanhado de três dos filhos, o deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o futuro senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o caçula Jair Renan.
Eduardo Bolsonaro, o deputado federal mais bem votado do país e o filho que criou polêmica ao ter um vídeo divulgado em 21 de outubro em que dizia que, se eleito, o pai poderia fechar o Supremo e os ministros serem presos caso a eleição fosse questionada, não se manifestou. Nenhum deles respondeu a perguntas da imprensa.


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