Era para que a reunião tivesse acontecido na terça, mas uma fala de Pacheco sobre o assassinato do petista Marcelo Arruda causou desconforto na ala petista
O ex-presidente da República e pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nesta quarta-feira (13) na Residência Oficial da presidência do Senado, em Brasília. Foi o primeiro encontro dos dois e durou quase três horas.
Participaram também da reunião o candidato a vice-presidente na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), a bancada do PT no Senado (total de 14 senadores) e Aloizio Mercadante, coordenador do programa de governo do presidente Lula.
O ex-presidente ouviu de Pacheco, segundo os senadores presentes, uma garantia de que há apoio institucional para garantir eleições livres e a posse do presidente eleito.
“O mais importante foi a posição do presidente do Congresso Nacional no sentido de que o Congresso será um espaço importante de garantia da democracia, garantia da realização de eleições livres e garantia de que quem ganhar a eleição vai tomar posse”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE) a jornalistas após o encontro.
Era para que a reunião tivesse acontecido nesta terça, mas uma fala de Pacheco sobre o assassinato do petista Marcelo Arruda por um bolsonarista em Foz do Iguaçu, equiparando a violência bolsonarista à esquerda, na tese dos dois extremos, incomodou aliados de Lula.
O encontro acabou acontecendo então nesta quarta, após articulação de congressistas da base de Lula, em especial Jean Paul Prates (RN), líder da minoria, e Paulo Rocha (PA), líder do partido no Senado e integrante do núcleo da campanha eleitoral do ex-presidente para a região Norte.
O palanque mineiro do partido facilitou a aproximação de Pacheco com Lula, apesar do presidente do Senado ter garantido que a agenda é institucional, em deferência a um ex-presidente e candidato presidencial, e que receberia qualquer um deles.
“Não se tratou de apoios eleitoral. O tema central foi apoio institucional para a democracia”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Em meio ao aumento da violência política nos últimos dias --incluindo o assassinato do petista Marcelo Arruda por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro em Foz do Iguaçu (PR) no sábado--, Lula fez questão de destacar a necessidade das instituições estarem preparadas para agir, de acordo com os senadores presentes.
“Ele (Lula) foi enfático em dizer que Bolsonaro, no momento em que ele sente que dificilmente conseguirá vencer pelo voto, caminha em busca de pretextos para justificar uma ruptura institucional”, disse Paulo Rocha. “O Congresso será um dos pontos de resistência a isso.”
Também fez parte da agenda de Lula em Brasília um encontro com dezenas de parlamentares, do qual publicou uma foto e reiterou que a população escolha com cuidado o candidato em quem irá votar para ocupar uma cadeira no Congresso Nacional.
Na noite desta terça, o ex-presidente esteve em um ato no no auditório Ulysses Guimarães, onde discursou enfaticamente contra a violência política e associou Bolsonaro ao assassinato de Arruda. “Estão tentando fazer da campanha uma guerra”, disse. 247
Confira abaixo quem esteve no encontro:
Com informações da Reuters