terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Movimentos sociais se preparam para 2022: "faremos de tudo para eleger Lula presidente"

 

Lula

A esquerda não tem dúvida sobre o principal desafio colocado para o ano de 2022. A derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL), com a consequente vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas eleições que definirão quem comanda o país de 2023 até o final de 2026.

Com algumas variações sobre o tema, movimentos sociais escutados pelo Brasil de Fato apontaram as eleições como o grande desafio colocado para organizações, entidades, militantes e partidos de esquerda em 2022.

“Faremos de tudo pra eleger Lula presidente e a maior parte de governos e parlamentares progressistas por todo país. É necessário derrotar Bolsonaro, o bolsonarismo, o lawfare de Moro e os oportunistas de direita. Eleição é parte da luta de classes e vamos travar esse combate pra fortalecer o poder popular”, explica Kelli Malfort, da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que elenca razões para lutar no próximo ano.

“Nosso maior desafio é enfrentar a fome, produto direto do agronegócio e de Bolsonaro. E isso se faz com organização, luta por reforma agrária e ocupação dos latifúndios rurais e urbanos”, finaliza Malfort.

Gilberto Cervinski, coordenador nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), segue a mesma linha. “Em 2022, nós achamos que tudo será centralizado para as eleições, que devem ser decisivas para a classe trabalhadora, que terá a oportunidade de decidir se quer continuar com um governo de características neofascistas, exclusivo para a burguesia, ou se ela quer um governo que possa agir pela classe trabalhadora”, explica o militante, que enxerga um simbolismo mais amplo em uma eventual vitória do petista.

“Com Lula, muda a correlação de forças no país e a na América do Sul, muda completamente o cenário. Podemos avançar em questões que foram destruídas pelo bolsonarismo, como o combate à fome, de recuperar a valorização dos salários, geração de postos de trabalho, enfim, são razões importantes para lutar”, encerra.

Em 2022, além de presidente da República e governadores, o Brasil elegerá deputados federais, deputados estaduais e senadores. Raimundo Bonfim, coordenador nacional da Central dos Movimentos Populares (CMP), afirma que trabalhará pela eleição de Lula, mas que entende que a esquerda precisa eleger um Legislativo que sustente um eventual governo do petista:

“Nós finalizaremos o ano de 2021 num patamar melhor que terminamos em 2020. Em 2022, espero que possamos colher os frutos. Muito importante, apostarmos tudo na eleição do ex-presidente Lula e numa bancada grande no Congresso Nacional. Precisamos de um governo democrático popular, que possa revogar o teto de gastos e combater a desigualdade social".

Eliane Martins, militante do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), defende que em 2022, a perspectiva seja “o horizonte da sobrevivência”. Como tática, pede a organização da classe trabalhadora, antes da eleição, em comitês, para discutir os problemas nacionais.

“O comitê é esse espaço que precisamos trazer para o lugar que problematiza e dinamiza, tem que ser o espaço da participação crítica da nossa militância. Isso é muito mais que votar. Nosso grande desafio para 2022, que já era de antes, é nos colocarmos, nos organizarmos, sob risco de nos atolarmos no pântano do neofascismo. Aí, é morte”, sentencia Martins.

Por fim, a militante do MTD lembra dos “70 milhões de excluídos”, que vivem na pobreza e desemprego, no Brasil. “A discussão nas eleições não pode se resumir a quem será o melhor gestor dessa massa sobrante. Nós entendemos que esse debate é frágil e raso, e a burguesia tentará pautar. Entendemos que o Lula está tentando colocar esse debate em outro lugar, que é colocar o pobre no orçamento". Brasil de Fato.


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