quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Com bancada do PSB rachada, Rodrigo Maia vai a Paulo Câmara hoje

 

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tem reunião no Palácio das Princesas

A agenda, originalmente, seria um café da manhã no Palácio do Campo das Princesas, mas acabou adiada para as 16h desta quarta-feira (23). Esta é a hora do encontro que o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, terá, em Pernambuco. com o governador Paulo Câmara, vice-presidente nacional do PSB.  Na pauta, naturalmente, a sucessão do democrata na presidência da Câmara Federal. Deputados federais da bancada pernambucana participam da agenda.

Na última sexta-feira (18), como a coluna antecipou, o PSB, o PCdoB, o PDT e o PT, anunciaram apoio ao bloco liderado por Rodrigo Maia. O Diretório Nacional do PSB, por 80x0, já havia aprovado resolução na qual recomenda que deputados do partido não votem em Arthur Lira ou em candidato apoiado pelo Palácio do Planalto. Apesar do placar dessa votação, no partido, há ainda um grupo de 15 deputados federais que não digeriu bem o movimento e cobra uma lista do PSB com as assinaturas que comprovem a maioria favorável a Maia, necessária para autorizar, regimentalmente, o ingresso da sigla no bloco. De Pernambuco, quatro deputados figuram nesse conjunto: João Campos, Felipe Carreras, Gonzaga Patriota e Danilo Cabral. 

Pernambuco tem a maior bancada do partido na Câmara, com cinco membros. O deputado Tadeu Alencar não ofereceu objeção ao ingresso do PSB no bloco liderado por Maia. No último dia 8, como a coluna antecipou, Rodrigo Maia ofereceu um almoço a Paulo Câmara em sua residência oficial, em Brasília. 

O encontro se deu um dia após Arthur Lira passar pelo Palácio das Princesas, pedindo a benção do governador pernambucano para concorrer à presidência da Câmara Federal. Paulo Câmara é um dos integrantes do Diretório Nacional do PSB, que, por 8x0, aprovou resolução que condena voto em Arthur Lira. 

O movimento feito pelo Diretório Nacional do PSB, ao aprovar a Resolução  nº 001/2020, teve como reflexo não só reverter a posição de socialistas, mas também de segurar uma onda de partidos da Oposição que, até então, consideravam votar no progressista, que conta com a simpatia do presidente Jair Bolsonaro. 

Se 18 deputados federais sinalizavam uma inclinação a apoiar Arthur Lira, após o diretório agir, esse número desceu para 15, o que significa dizer que esse grupo não teria maioria numa bancada de 31 membros para levar o partido para o bloco liderado pelo candidato do PP, conforme indicativo tirado em reunião da bancada.

O que se fala é que a ação do Diretório Nacional do PSB revigorou Rodrigo Maia. Na última segunda-feira, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, assinou uma extensa carta, dirigida aos deputados federais da sigla, que vinham cobrando um debate programático em torno da decisão do partido de apoiar um candidato de Rodrigo Maia, a quem definem, nos bastidores, como "pai da Reforma da Previdência", pauta intensamente combatida pelo PSB. 

No texto, o dirigente diz que o caminho da legenda foi decidido "após três etapas cumpridas: uma reunião consultiva da bancada no dia 09/12, não conclusiva, uma decisão unânime do Diretório Nacional do Partido no dia 11/12 e uma manifestação individual da maioria dos membros da bancada ao longo da semana seguinte". Na ala da bancada que cobra, ao líder, Alessandro Molon, nova reunião e ainda questiona a maioria apresentada por ele para fechar bloco com Rodrigo Maia, o argumento de Siqueira foi visto com ressalvas. 

Nas coxias, se questionava o seguinte: "Que manifestação individual da maioria dos membros foi essa?". E criticava-se ainda o fato de o próprio presidente ter afirmado que a reunião inicial da bancada fora "inconclusiva". Na análise de Siqueira, a posição anunciada por Alessandro Molon é "matéria estabelecida". O dirigente nacional reforça que a orientação do Diretório Nacional contra Arthur Lira foi aprovada por "por acachapantes 80 votos a 0".

Embora tenha encabeçado o movimento político de ingresso no bloco, essa ala pró-Maia, hoje, dispõe de uma maioria no limite: seriam 16 parlamentares contra 15 pró-Arthur Lira. Maia faz o gesto a Paulo Câmara em meio a esse contexto de racha na legenda. (Por Renata Bezerra de Melo/Folhape).


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