segunda-feira, 8 de junho de 2020

Wizard desiste de cargo na Saúde depois de lambança histórica sobre recontagem de mortos por coronavírus

Bilionário Carlos Wizard anunciou que o Brasil iria recontar os mortos por coronavírus, o que provocou indignação e descrédito. Depois do estrago, ele se desculpou

Carlos Wizard
Carlos Wizard (Foto: Roberta Namour)

“Informo que hoje (7/junho) deixo de atuar como Conselheiro do Ministério da Saúde, na condição pro bono. Além disso, recebi o convite para assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da pasta. Agradeço ao ministro Eduardo Pazuello pela confiança, porém decidi não aceitar para continuar me dedicando de forma solidária e independente aos trabalhos sociais que iniciei em 2018 em Roraima”, disse neste sábado o bilionário Carlos Wizard, que, ontem, anunciou que o Brasil iria recontar os mortos por coronavírus, o que provocou indignação e descrédito.
“Peço desculpas por qualquer ato ou declaração de minha autoria que tenha sido interpretada como desrespeito aos familiares das vítimas da Covid-19 ou profissionais de saúde que assumiram a nobre missão de salvar vidas”, afirmou, por meio de nota. 
Leia, abaixo, artigo do jornalista Leonardo Attuch, sobre a lambança de Wizard:
Nunca imaginei que um empresário pudesse ser tão inconsequente como esse tal de Carlos Wizard, que nem foi nomeado e já produziu a maior lambança (o que já é um feito) do governo Bolsonaro. Sua “mágica” de esconder números fará o Brasil ser finalmente apontado como uma ditadura.
Alguns podem dizer: pô, o cara é bilionário, deve saber o que fala. Já conheci muitos empresários e garanto que a habilidade para ganhar dinheiro não tem nada a ver com inteligência. E muito menos com a capacidade de entender a lógica e a dinâmica do serviço público.
O mágico do Oz do bolsonarismo produziu o maior dano à reputação do Brasil em muitas décadas. Também surpreende que nenhum militar tenha acionado o botão “vai dar merda”.
Nos próximos dias, o Brasil será retratado pela imprensa global como uma republiqueta de quinta categoria como a do filme “O ditador”, de Sacha Baron Cohen. O lado bom disso tudo é que talvez seja essa a realidade. E quem sabe a humilhação seja necessária para que o País se liberte. 

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