Por: Emir Sader
(Foto: RICARDO STUCKERT)
Lula foi acusado, preso, condenado em primeira instância, impedido de se candidatar e de ser eleito em primeiro turno presidente do Brasil por um processo falso, movido pela perseguição política e pela manipulação jurídica, com a ação de promotores arbitrariamente e contando com o silêncio conivente de outros setores do Judiciário.
De forma que a inocência de Lula é a verdade maior que tem que ser reafirmada no Brasil de hoje. Nao é apenas a inocência de um acusado e condenado sem provas, mas é a verdade da historia do Brasil, que precisa ser reimposta plenamente, para que o país possa viver em harmonia, em paz, em democracia, buscando justiça e solidariedade.
Reconhecer a inocência de Lula é reconhecer que a história recente do país foi uma farsa, foi instrumentalizada por uma operação midiático-juridica, para desviar os destinos do país. Para romper com a democracia, para impedir que a vontade popular elegesse Lula presidente do Brasil.
A operação da guerra híbrida no Brasil foi acumulando uma série de mentiras e fazendo-as passar por verdades. Primeiro, a mentira de que Dilma tinha cometido atos que permitiriam seu impeachment. Uma mentira com um efeito fulminante: a deposição de uma presidenta reeleita democraticamente pelo voto popular. E a ruptura da democracia, que abriu as portas para todas as desgraçaas que o Brasil vive desde 2016.
Em seguida se passou a perseguir o Lula como objetivo prioritário da operação de liquidação da democracia, do patrimônio público e dos direitos do povo. Lula foi acusado sem nenhuma base, processado, condenado e preso sem provas, baseado em convicções e em fatos indeterminados, enquadrado na Lava Jato sem que a acusação do apartamento de Guarujá tivesse qualquer vínculo com Petrobras, e impedido de ser candidato, ganhar no primeiro turno e voltar a ser presidente do Brasil. Tudo baseado em mentiras, difundidas pelo Judiciário e pela mídia, para construir a mais monstruosa operação de perseguição política, de destruição da democracia e do patrimônio do país.
Com a conivência do Judiciario e a promoção ativa da mídia, as mentiras tiveram sequência na brutal operação que levou à eleição de um candidato que tinha uma quantidade irrisória de preferencias, que teria sido derrotado pelo Lula no primeiro turno e tambem pelo Haddad. Uma operação monstruosa, que levou à presidencia do país um personagem que representa o que de pior o país já produziu, que representa as posições mais brutais em todos os planos. A direita, tanto o grande empresariado, quanto a mídia, sabiam quem ele era, o que representa, o que defende, o que ele ataca e o desastre que significaria para o país. Mas preferem esse personagem monstruoso a um governo democrático, comprometido com o desenvolvimento econômico e a distribuição de renda, com a educação e a saúde publica, com a soberania nacional.
Preferiram essa solução antidemocrática, promotora da violência e do terrorismo, que degrada ao máximo a imagem do Brasil no mundo, contanto que o PT não voltasse ao governo, contanto que o modelo econômico que liquida o pré-sal e a Petrobras, que destrói os direitos dos trabalhadores, que promove a concentração de renda e que os super lucros dos bancos se mantenha e se acentue.
Tudo isso foi possível pela mentira e pela perseguição política, pela calúnia contra o Lula e o PT. Pela tramoia montada pela mídia, pelo Judiciario e pelo grande empresariado, para jogar o Brasil no pior momento da sua historia.
Sair desse abismo supõe desmistificar toda essa trama, o que foi denunciado pelo Lula e pela esquerda, mas que encontrou nas denúncias do Intercept sua confirmação mais evidente. A prisão de Lula se tornou uma aberração, sua desmistificação, o reconhecimento da inocência do Lula e sua libertação são condições do Brasil retomar o caminho democrático. Sem isso, não haverá de novo democracia no Brasil.
As evidências são cada vez maiores e mais públicas, cada vez mais reconhecidas pelos que ontem participaram ativamente da operação que levou o país a esta situação atual. O STF fica na corda bamba. Reconhece erros do passado, mas até aqui não se atreveu a dar o passo definitivo - o reconhecimento da falta de isenção do Moro e da Lava Jato e a correspondente anulação dos processos do Lula, com sua liberdade incondicional.
Até quando?
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