(por congresso em foco)
Responsabilidade do Ministério da Integração Nacional, as obras de transposição do rio São Francisco estão sob risco devido à falta de planejamento para manutenção e operações. O problema de gestão é agravado pela alegada inexistência de verbas para custeio do empreendimento. É o que revela auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU), em relatório que também identifica falhas de execução que comprometem a sustentabilidade da transposição.
De fato iniciada em 2007, quando o Exército começou os trabalhos no eixo leste, a obra ainda está em execução no eixo norte. Parcialmente inaugurada há cerca de um ano, teve custo de execução de R$ 10,7 bilhões. A despesa final prevista pela CGU é de cerca de R$ 20 bilhões.
A visita oficial de Temer foi confrontada em evento promovido pelo PT e por lideranças regionais a título de inauguração popular, ou simbólica, nove dias depois da ida do emedebista ao nordeste. A inauguração alternativa teve a presença dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, que reivindicaram os méritos por terem tirado o empreendimento do papel.
A reportagem informa ainda que o canal já inaugurado corta cinco municípios pernambucanos por 217 quilômetros até a divisa com a Paraíba. O Ministério da Integração Nacional diz que um milhão de pessoas já foram salvas do colapso no abastecimento de água. No entanto, ressalva a CGU, verificou-se que não há um planejamento estruturado para operação e manutenção da obra.
Não foi elaborado cronograma com tarefas/atividades, duração, vínculos de precedência e responsável, acrescenta a auditoria da CGU, para quem o Ministério da Integração Nacional não detém estrutura adequada para a gestão da transposição.
O relatório aponta ainda a inexistência de mecanismos de direcionamento estratégico e controle que proporcionem maior previsibilidade e assegurem a execução do programa. O Ministério da Integração Nacional foi questionado pelo portal e, em resposta, disse ter priorizado estruturas situadas no caminho das águas, com o objetivo de atender rapidamente à população com risco de colapso no abastecimento.
A estratégia possibilitou a chegada da água a Monteiro (PB), em janeiro de 2017, e ao reservatório Epitácio Pessoa, em Boqueirão (PB), em março de 2017. É importante destacar que a ordem de agilizar a chegada das águas reduziu a previsão de atraso apontada pela CGU, alegou a pasta.
Blog do BILL NOTICIAS