terça-feira, 20 de março de 2018

Desembargadora diz não se arrepender de declaração sobre Marielle

Magistrada afirmou em seu perfil numa rede social que Marielle 
estava "engajada com bandidos"

Desembargadora Marília Castro Neves
Desembargadora Marília Castro NevesFoto: Reprodução

(Folhape)
A desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio, disse não estar arrependida de comentários em redes sociais ligando a vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada na última quarta (14), ao tráfico de drogas. Em entrevista ao jornal O Dia, ela afirmou que fez as declarações como cidadã. Na sexta-feira (15), a magistrada afirmou em seu perfil numa rede social que Marielle estava "engajada com bandidos" e que havia sido eleita pela facção criminosa Comando Vermelho. A declaração gerou reação de familiares da vereadora e uma representação do PSOL ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Depois de questionada, disse que não conhecia Marielle e que apenas havia replicado comentário que vira em páginas de amigos. "Em momento algum me referi ao meu cargo. Ali eu estava discutindo como uma cidadã comum que paga imposto e que lê o Facebook", disse ela a O Dia.

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"Por que eu deveria me arrepender de ter feito um comentário? É só um comentário reproduzindo um outro. Eu não estou me sentido culpada por nada. Eu não criei o comentário. Se é boato, se alguém criou, o autor da criação que pode estar ou não arrependido", continua ela.

Em nota enviada ao jornal após a entrevista, ela afirmou que o comentário reproduzia "informações disponíveis na mídia e que, até então, não haviam sido contestadas nem pelo PSOL, nem pela família da vereadora, ou por quem quer que seja."

O PSOL iniciou uma força-tarefa para investigar a origem das acusações contra Marielle e tentar encontrar os autores. No domingo (18), a página oficial da vereadora na internet abriu uma seção para negar as acusações.

A página diz que Marielle nunca foi casada nem teve relacionamento com o traficante Marcinho VP -seja Márcio Amaro do Nascimento, do Santa Marta, ou Márcio dos Santos Nepomuceno, do Complexo do Alemão- e que apenas 7% de seus votos na região do complexo da Maré, onde nasceu e foi criada.

ParedãoEm outro comentário em redes sociais, a desembargadora Marília de Castro Neves disse que o deputado Jean Wyllys deveria ir para um paredão (de fuzilamento) "embora não valha a bala que o mata". A O Dia, ela defendeu que foi uma "ironia com o apoio declarado do deputado ao regime cubano".

A reportagem tentou falar com a desembargadora, mas sua assessoria informou que ela não quer dar entrevistas sobre o assunto.



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