domingo, 4 de fevereiro de 2018

Dilma 2018

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Devemos admitir a hipótese de que talvez a direita não tenha dado um golpe de Estado em 2016 para permitir que Lula retornasse à presidência da República em 2018, com poderes para revogar o descalabro social, político e econômico em favor do capital internacional.

Ainda assim, a insistência pela candidatura de Lula é um ato de óbvia defesa. Ele é um político popular, carismático, eloquente, consegue mobilizar as massas e é um líder histórico da classe trabalhadora.

Mas a rigor, Lula não é o candidato ideal. O candidato ideal para 2018 é a presidente que criminosamente sofreu um golpe de Estado, a senhora Dilma Rousseff.

E ela é ideal por diversos motivos. Vejamos:

Sob o ponto de vista político, ela é uma personagem de honestidade ilibada. Nunca se sentou nas mesas de negociação com nenhum delator e nunca passou na cabeça de qualquer juiz processá-la por qualquer razão ou ilação.

Trata-se de uma mulher que suportou com dignidade as investidas de um congresso comandado por um bandido - Eduardo Cunha - e um vice-presidente traidor.  Nunca cedeu às pressões do mercado e atravessou com a cabeça erguida as hordas de paneleiros que a difamaram pelas ruas, como um verdadeiro exército “midiotizados” pela rede Globo e companhia.

Ela sofreu um impeachment pelo mesmo congresso e senado que absolveu um corrupto confesso, Aécio Neves, e um canalha golpista, Michel Temer. Hoje mora em um simples apartamento em Porto Alegre que nem porteiro tem... Em uma palavra, trata-se de uma mulher incorruptível e por essa exata razão foi deposta por uma corja de corruptos.

Sob o ponto de vista econômico, ainda que seja a sucessora de Lula, foi a presidente que mais promoveu crescimento econômico, a que mais fortaleceu os bancos públicos e a que mais reduziu as desigualdades sociais.

Em 2015 ela sofreu um gigantesco ataque interno e externo para deixar o país ingovernável. Sofreu um ataque cambial vindo dos EUA que depreciou nossa moeda em mais de 30%; enfrentou uma fuga de capitais que reduziu o índice Bovespa à casa dos 50 mil pontos...

Por fim, viu os preços de nossas principais commodities serem depreciadas artificialmente no mercado internacional e... em nossa nação... esbarrou-se em um congresso que não permitiu que nenhuma de suas propostas para defender nossa soberania fosse aprovada.

O grande empresariado, com o apoio dos grandes bancos privados, congelou o crédito no país e começou a demitir em massa. Em fevereiro de 2016 a grande mídia mentia dizendo que tínhamos 9 milhões de desempregados, quando na verdade tínhamos pouco mais que 5 milhões. Ainda assim, esse desemprego era uma criação de um golpe orquestrado e que depois levaria o desemprego à casa dos 15 milhões e o déficit público em livre disparada.

Imaginemos todos agora que enorme derrota iríamos impor à direita, ao grande capital financeiro, aos paneleiros, a todos os golpistas e principalmente à Rede Globo se colocássemos novamente - pelo voto popular - uma presidente que nunca deveria ter sido deposta.

Mais que isso, ao retornar ao poder, Dilma teria a força moral e política - nacional e internacional - para revogar todas as medidas desastrosas desse atual governo ilegítimo e golpista. Seria um tapa na cara da Casa Grande e edificaríamos - sob o ponto de vista político - nossa “Grande Muralha” blindada contra futuras investidas imperialistas.

A vitória de Dilma significaria também o fim da Rede Globo, o fim da farsa da Lava-Jato e o fim de uma direita decrépita, escravista, machista e entreguista.

Há algo que os institutos de pesquisa tentam esconder do povo: se Lula não é o candidato, Dilma está em primeiro lugar (mas não com uma vantagem tão ampla) em qualquer composição de candidatos.

E se Dilma estiver no segundo turno, qual é o candidato da direita que possui dignidade moral para enfrentá-la?

Seria o entreguista insosso, Alckmin? Por acaso Bolsonaro, o defensor da tortura, terá a coragem de olhar nos olhos de Dilma e dizer que foi certo uma jovem garota ter sido torturada por defender a democracia? Ou teríamos para enfrentá-la a ecocapitalista Marina Silva que não tem nenhum cabedal e possui a mácula de ter sido a grande apoiadora de Aécio em 2014?

Dilma vai para o segundo turno em qualquer cenário. E no segundo turno, Dilma vence. E a sua vitória é a derrota de todos os que hoje usurpam o direito do povo brasileiro em viver em um país soberano, democrático e próspero.

Por isso, não tememos um eventual impedimento da candidatura de Lula. Ainda temos algo mais poderoso e ideal: temos Dilma para 2018. E com ela - certamente - teremos Lula em seu governo como grande aliado e parceiro para as grandes lutas que estão por vir a partir de 2019. (247).



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