segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Espaço do leitor: Torturado, desmoralizado e humilhado por PMs da 76ª CIPM de Juazeiro


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Eu, como cidadã e principalmente como mãe desse jovem que acaba de completar seus 18 anos, encantado com a maioridade e a conquista de seus direitos como cidadão que é, venho a esse meio de comunicação tão abrangente e importante para nossa comunidade, denunciar esse caso de agressão, tortura e constrangimento que aconteceu com o meu filho a menos de 100 metros da minha residência, quando uma viatura da Polícia Militar de Juazeiro, mais precisamente da 76ª Companhia, ao transitar pelo nosso bairro Malhada da Areia, por volta das 21:30h do dia 16 de agosto, avistou um pequeno grupo de jovens (dentre esses, 2 eram meus filhos, sendo uma menor de idade) sentados, conversando e fazendo lanche ao lado da padaria, como faziam todas as noites.
A viatura voltou para fazer a abordagem. Até aí tudo bem, faz parte do trabalho da polícia. Pediram que todos colocassem suas mãos na cabeça e encostassem na parede, exceto minha filha que era a única menina dentre eles. E assim eles fizeram…
A revista foi feita e um dos 03 policiais encontrou no bolso do short do meu filho um laser e então começou a espancá-lo e colocar o laser nos seus olhos…  Chamá-lo de drogado, vagabundo. Ele, na sua maior inocência falou que seus documentos estavam na carteira e que era cidadão… Aí foi que apanhou mesmo. A minha filha menor, desesperada ao ver seu irmão sendo jogado ao chão, espancado no rosto e chutado pela cabeça, chorava e gritava por socorro e um dos policiais disse que se ela não parasse de gritar iria apanhar também, chamando-a de vadia.
Os vizinhos ficaram horrorizados com tanta crueldade com um menino tão frágil, jovem e desarmado… Um menino/rapaz que de nós, seus pais, só recebe carinho E AMOR… Que é admirado por toda minha comunidade pelo seu comportamento e educação… Que tem um carinho imenso dos seus professores, dos nossos amigos e familiares. Então, no momento da agressão um dos colegas falou que o pai do agredido estava chegando e pessoas da comunidade falaram que ele era filho de engenheiro… Foi aí que eles entraram na viatura e foram embora, e ao saírem ainda ameaçaram de voltar e espancá-lo novamente se estivesse no mesmo local.
Nesse momento os vizinhos foram nos chamar e quando encontrei o meu filho, foi nessa situação que todos podem ver nas fotos, onde já tínhamos limpado grande parte do sangue derramado em seu rosto e roupas.
Todas as providências cabíveis já foram tomadas. Queixa na polícia civil, exame de corpo e delito, denúncia ao Ministério Público, denúncia no Comando Regional de Policia Militar, na própria 76ª companhia onde os 3 PMs são lotados, na Corregedoria da Policia Militar da Bahia, Conselho de Segurança Municipal.
Não é possível que a tortura ainda hoje nos amedronte e faça parte dos modos operantes da tão respeitada e gloriosa POLÍCIA MILITAR.
Eu, filha de POLICIAL que sou, me choquei ainda mais com a falta de trato desses 03 policiais com as pessoas, tão jovens, tendo em vista os benefícios gerados com as parcerias entre POLÍCIA X COMUNIDADES no Rio de Janeiro, onde favelas hoje estão sendo pacificada graças ao apoio das comunidades, e o resultado tem sido bastante visível para todo país e para o mundo.
Não temeremos em buscar justiça! queremos punição para esses 03 policiais que mancham o nome da corporação por seus atos isolados e cruéis!
Os nomes dos policiais: Sd PM EUDINILSON PINTO DE SOUZA
                                        Sd PM SMAILLY SILVA PEREIRA LIMA
                                        Sd PM JOSÉ KAYON DIRLEY SILVA FREIRE
Confiamos no Comando da PM para que apure com todo rigor.
Confiamos na Promotoria Pública na pessoa do Dr. Alexandre Lamas da Costa.
Estarei aqui, no rádio, nas redes sociais e todos os meios de comunicação, cobrando e pedindo JUSTIÇA!
Eu e meu esposo educamos muito bem nossos 03 filhos para que respeitem primeiramente à Deus, aos seus pais, todas as pessoas, sem distinção, e, acima de tudo que sejam cumpridores da leis que regem o nosso país. Sendo assim, podemos exigir que eles sejam respeitados também por qualquer que seja a autoridade, inclusive a POLÍCIA!
Não é possível que precisamos andar com um crachá amarrado à testa para dizer de quem somos filhos, a que família pertencemos, quem são nossos amigos e, acima de tudo, quero dizer que na periferia existem muitos cidadãos e cidadãs, trabalhadores e que merecem respeito. Muitos deles, por falta de conhecimento ou coragem, passam por violências como essa que meu filho passou ou pior ainda e não denunciam por medo, falta de acesso, descaso nos atendimentos em alguns órgão públicos.
Moramos na Malhada da Areia por opção. Nossa propriedade pertence à nossa família a mais de 35 anos e não é por esse ato ISOLADO da PM que vamos nos mudar da nossa comunidade, onde firmamos laços de amizade profunda com nossos vizinhos. A Malhada da Areia é nossa casa e exigimos que nos respeitem no mais amplo grau literário da palavra RESPEITAR. Somos CIDADÃO! Somos GENTE!!!
Com a palavra, O COMANDO DA PM, a JUSTIÇA em todos os níveis que buscamos.
Atenciosamente,
Ana Maria F. Silva Virgolino
Mãe, brasileira, cidadã juazeirense e Engenheira Agrônoma.
Fonte: Blog do Geraldo José
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