segunda-feira, 6 de junho de 2022

Paulo Câmara diz que é preciso "elevar patamar de investimentos em prevenção de tragédias"

 

Declaração do governador foi dada em entrevista à Globo News, na noite de domingo (5)


                              Por Fabio Nóbrega

Declaração do governador Paulo Câmara à GloboNews - Foto: Reprodução/GloboNews


Após fortes chuvas que deixaram 128 mortos em Pernambuco, o governador do Estado, Paulo Câmara, afirmou que é preciso "elevar patamar de investimentos em prevenção de tragédias" nas esferas municipal, estadual e federal. A declaração do gestor foi dada em entrevista à GloboNews, na noite desse domingo (5).

"Precisamos elevar o patamar de investimentos em prevenção a desastres climáticas em todas as esferas", destacou o governador. Ele também reconheceu que situações como a vivenciada no Estado devem se repetir.  

"Situações como essa irão se repetir nos próximos anos, nos próximos meses. É só ver que no Brasil, Pernambuco é o quarto estado só esse ano atingido por um desastre extremos como o que nós vimos acontecer", disse Paulo Câmara, ao citar os temporais que atingiram a Bahia, o Rio de Janeiro e Minas Gerais este ano. 

Entre soluções possíveis para a problemática, Câmara citou ações de urbanização e projetos que envolvam a garantia de moradia. "O Brasil tem dificuldades enormes de se planejar a médio e longo prazo. Vamos precisar de um planejamento que perpassa governo, que vai precisar ter a garantia de recursos para os próximos anos, para as próximas décadas", afirmou o governador. 

Ele também destacou que, ao mesmo tempo em que são feitos os projetos para o médio ou longo prazo, precisam ser feitos planos com objetivos anuais. "Precisamos realmente ter um esforço conjunto para evitar tragédia como a que vimos em Pernambuco. Temos realmente que trabalhar com muita unidade", acrescentou.

Câmara citou ainda que o processo de assistência às vítimas dos temporais inclui os projetos enviados à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) do auxílio de R$ 1,5 mil a mais de 80 mil famílias desalojadas ou desabrigadas e a pensão vitalícia de um salário mínimo aos dependentes dos mortos. "Estamos em permanente contato com os municípios buscando dar todo suporte técnico", disse.

O último balanço divulgado pelo Governo de Pernambuco indica que o Estado tem 61.596 pessoas desalojadas e 9.631 desabrigadas. Os desabrigados, até o momento, estão distribuídos em 123 abrigos de 31 municípios. O número de cidades que decretaram situação de emergência passou de 34 para 37.

Mudanças climáticas
Capital brasileira mais vulnerável às mudanças climáticas, segundo relatório da ONU, o Recife demanda atenção redobrada em relação a eventos considerados extremos. "Quando há um fato como esse, claramente se houve falhas em todos que fazem o poder público. Não temos como não ter esse diagnósticos. Desastres ocorrem há muitos anos, há muitas décadas. E o que se precisa ver exatamente é como agora acelerar e evitar ações como esta", afirmou Paulo Câmara.

Ao citar as enchentes vivenciadas pela capital pernambucana nos anos de 1966 e 1975, o governador afirmou que alternativas são sempre buscadas após tragédias. "A gente olha a grande cheia que houve na Região Metropolitana do Recife na década de 70. Foi necessário construir barragens de contenção, que foram feitas ao longo dos anos e cheias como aquelas já não se observam mais", complementou o governador.

Paulo Câmara também citou a expansão dos centros urbanos, em um desordenamento que ele classificou como "evidente". "A gente precisa ter investimentos, suporte técnico, apoio financeiro aos municípios para que façam projetos efetivos de prevenção, contenção de enconstas, urbanização", acrescentou Câmara, que completou: "Projetos que não são de curto prazo, vai precisar começar logo e atingir talvez décadas, mas que não podem se interrmpidos".

Por fim, o governador lembrou que chuvas continuarão acontecendo, mas que a consciência da prevenção é fundamental. "A gente não pode admitir mais que tragédias como a que a gente viu aconteçam novamente e que tenhamos um número tão significativo de vítimas em virtude das chuvas", fechou Câmara.


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