General e vice-presidente, Hamilton Mourão disse, ainda, que os crimes da ditadura são coisa do 'passado' e 'fazem parte da história'
O vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos), ironizou as cobranças da sociedade civil e de parlamentares sobre a necessidade de realizar uma apuração rigorosa em torno dos áudios do Superior Tribunal Militar (STM) que comprovam a prática de tortura por agentes da ditadura militar no Brasil. “Vai apurar o quê? Os caras já morreram tudo. Vai trazer os caras do túmulo de volta?”, disse Mourão, de acordo com o Metrópoles.
O vice-presidente, que também é general da reserva do Exército, afirmou que “isso é história, já passou. Mesma coisa que a gente voltar na ditadura do Getúlio, né. São assuntos já escritos em livros e debatidos intensamente. Passado, faz parte da história do país”.
Os áudios do STM que confirmam a prática de tortura durante o regime militar fazem parte de um conjunto de 10 mil horas de gravações feitas durante os 10 anos em que as sessões da Corte foram gravadas, inclusive as secretas. As sessões ocorreram entre os anos de 1975 e 1985.
Ainda segundo Mourão, “tem que conhecer a história. A história sempre tem dois lados a ser contados, né? Então, vamos lembrar: aqui houve uma luta, dentro do país, contra o Estado brasileiro por organizações que queriam implantar a ditadura do proletariado, que era um regime que na época atraía uma quantidade grande da juventude brasileira e também parcela da sociedade, mas que perderam essa luta”.
O vice-presidente também tentou minimizar a gravidade dos crimes da ditadura e comparou a situação ao atual conflito entre a Ucrânia e a Rússia. “Houve excessos? Houve excesso de parte a parte. Não, não vamos esquecer o tenente Alberto lá da PM de São Paulo morto a coronhada pelo Lamarca e os facínoras dele, né? Então, toda vez que há uma guerra, a coisa é complicada. Vocês estão vendo agora no conflito lá na Ucrânia, todas as coisas que estão acontecendo lá”, disse. 247.
Veja o vídeo com a declaração de Hamilton Mourão.