O militar da reserva defendeu investigações dos crimes que ocorreram durante a ditadura e criticou quem a defende: "tem gente que faz apologia como se fossem coisas heroicas"
Ex-ministro e hoje um dos principais desafetos de Jair Bolsonaro (PL), Carlos Alberto dos Santos Cruz (Podemos), militar da reserva, falou ao UOL sobre a revelação de áudios que comprovam que ministros do Superior Tribunal Militar (STM) sabiam da prática de tortura durante da ditadura.
Ele defendeu possíveis investigações sobre os fatos por especialistas no campo legal e afirmou que não é mais possível negar a tortura durante o regime militar. "A tortura é imoral e errada, seja quando for. Não pode ser aceita. Você não pode nem aceitar nem fazer apologia à prática. Aquilo foi um período de muita violência em que as pessoas eram muito contaminadas. Era um ambiente político problemático em que a ideologia e o fanatismo colaboravam. Houve violência no processo e negar é besteira".
Declaração de Santos Cruz surge em meio ao silêncio dos atuais comandantes das Forças Armadas. Quem também se manifestou foi o vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos), general da reserva, que debochou dos pedidos de investigação.