quarta-feira, 13 de abril de 2022

"Cairão um por um. E juntos vamos limpar o Brasil do ódio e do bolsonarismo, diz Manuela D'Ávila após cassação de Arthur do Val

A ex-deputada fez relato emocionante sobre os ataques recebe de pessoas alinhadas à extrema direita, como Arthur do Val: "há anos eu sinto medo por mim e pelos meus"

Arthur do Val e Manuela D'Ávila (Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados | ABr)

A ex-deputada federal Manuela D'Ávila (PCdoB), que foi também candidata a vice-presidente na chapa presidencial de Fernando Haddad (PT) em 2018, fez um relato emocionante pelo Twitter na noite desta terça-feira (12), quando o deputado estadual Arthur do Val (União Brasil-SP) teve sua cassação aprovada pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

A ex-parlamentar lembrou dos ataques que recebe há anos de pessoas alinhadas à extrema direita, como Arthur do Val, e disse que teme pela segurança e de sua família. "Minha filha, quando nasceu, foi agredida fisicamente por conta dessas mentiras", conta.

Ela afirmou, no entanto, que "aos poucos, um atrás do outro, o Brasil vai descobrindo quem são e o que defendem os deputados que integram grupos da extrema-direita, como o MBL, que abraça defensores do nazismo e aqueles que cometem crimes contra mulheres e crianças", em referência ao deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e o vereador do Rio de Janeiro Gabriel Monteiro (PL).

"Cairão um por um. E juntos vamos limpar o Brasil do ódio e do bolsonarismo", disse Manuela D'Ávila.

"Hoje, o mesmo homem que por diversas vezes filmou a si próprio na rua perseguindo mulheres, professoras, artistas, ativistas, teve seu mandato cassado por unanimidade no Conselho de Ética da Alesp após promover turismo sexual em áudio repleto de machismo e misoginia. Só quem já foi vítima (e nossas famílias) tem a real ideia do que isso significa. Ser perseguida e agredida como fruto da desinformação, das mentiras que essa gente conta é um corte na carne que não sara nunca. Em algumas famílias, infelizmente, o resultado disso tudo foi fatal. Eu estava grávida quando fui agredida numa ação orquestrada por um deputado ligado ao MBL, num evento presencial. Quando estava com 4 meses de gestação, o MBL (associados com blogs de extrema direita) criou uma fake news em que diziam que eu havia ido aos Estados Unidos fazer enxoval. As pessoas acreditaram. Eles usaram a foto de meu enteado ainda criança. Ele também passou a ser atacado nas redes sociais. Minha filha, quando nasceu, foi agredida fisicamente por conta dessas mentiras. Não consigo contar o número de vezes que fui agredida no supermercado ou na rua por conta disso. Há pelo menos oito anos eu sinto medo por mim e pelos meus. Já faz tempo que nós conhecemos o caráter e as técnicas de violência desses homens, desde sua forma de perseguir jornalistas, fomentar o fechamento de exposições em museus, além das campanhas de difamação e ataques nas redes, que em muitos casos (não só no meu) saíram do virtual e se tornaram ameaças reais e físicas. Aos poucos, um atrás do outro, o Brasil vai descobrindo quem são e o que defendem os deputados que integram grupos da extrema-direita, como o MBL, que abraça defensores do nazismo e aqueles que cometem crimes contra mulheres e crianças. Como escrevi aqui em outra oportunidade, se eu tenho medo de sair na rua por conta de todas essas agressões, esse ex- deputado, que chegou a dizer que também sentia medo de sair às ruas depois que seu áudio foi vazado, o tem simplesmente por terem descoberto quem ele verdadeiramente é. Cairão um por um. E juntos vamos limpar o Brasil do ódio e do bolsonarismo". (247).





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