O ministro do STF Alexandre de Moraes disse ver "semelhança" das condutas analisadas por parte dos envolvidos nos dois inquéritos
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou o compartilhamento de provas do inquérito sobre o vazamento de dados sigilosos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por Jair Bolsonaro com as investigações sobre a atuação de uma milícia digital contra a democracia e instituições, como o próprio STF. O inquérito das milícias foi aberto no ano passado.
"Verifico a pertinência do requerimento da autoridade policial, notadamente em razão da identidade de agentes investigados nestes autos e da semelhança do modus operandi das condutas aqui analisadas com as apuradas nos Inquéritos 4.874/DF e 4.888/DF, ambos de minha relatoria", disse. O teor da decisão foi publicado pelo site O Antagonista.
"É pacífico o entendimento quanto à possibilidade de compartilhamento de elementos informativos colhidos no âmbito de inquérito penal para fins de instruir outro procedimento criminal", complementou.
Bolsonaro é investigado por ter vazado informações sigilosas em suas redes sociais, para tirar a credibilidade das urnas eletrônicas. A intenção dele era fazer uma espécie de campanha pelo voto impresso.
A delegada da Polícia Federal (PF) Denisse Ribeiro enviou a Moraes na semana passada a conclusão das investigações sobre o vazamento de dados da PF acerca do ataque hacker ao TSE. Ela imputou cometimento de crime a Bolsonaro pelo vazamento, ao deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) e ao ajudante de ordens presidencial Mauro Cid.