A partir desta segunda-feira, três ministros, seis delegados e uma deputada federal devem prestar depoimentos no inquérito que investiga a veracidade das acusações do ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, contra o chefe do Executivo. Esses depoimentos serão decisivos para a investigação que pode determinar o afastamento de Jair Bolsonaro
Reunião do Ministério citada por Sergio Moro em depoimento à PF
(Foto: Divulgação/ Marcos Corrêa/PR)
O ocupante do Palácio do Planalto pode ser denunciado ainda nesta semana pela Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva e outros crimes, como obstrução de Justiça e advocacia administrativa por tentar interferir na autonomia da Polícia Federal. São motivos suficientes para afastá-lo da Presidência da República.
Se Bolsonaro for denunciado pela PGR e, se a Câmara aprovar o prosseguimento das investigações, Bolsonaro será afastado do cargo automaticamente por 180 dias, informa o jornalista Matheus Teixeira na Folha de S.Paulo.
O ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), pode decidir também nos próximos dias sobre a publicidade do vídeo da reunião ministerial em que Bolsonaro teria ameaçado Moro de demissão caso não trocasse o diretor-geral da PF.
A ampla divulgação do vídeo pode gerar um agravamento da crise política e institucional no país.Durante a reunião ministerial gravada em vídeo, membros do alto escalão do governo teriam feito severas críticas aos Poderes Judiciário e Legislativo e ataques à China. O chanceler Ernesto Araújo teria atribuído à China a responsabilidade pela pandemia do coronavírus, que ele chama de "comunavírus", com a anuência de Bolsonaro, o que pode gerar mais uma crise diplomática com o maior parceiro econômico e comercial do Brasil. (247)
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