Uma semana após
afirmar que não "tinha vontade" de concorrer à Presidência em 2018
caso Luiz Inácio Lula da Silva seja candidato, o ex-ministro Ciro Gomes já
admite que pode tentar chegar ao Planalto mesmo se Lula estiver no páreo.
A
afirmação foi feita nos EUA, onde Ciro participou, na noite de sábado, da
BrazUSC, a maior conferência de estudantes fora do Brasil, na Universidade da
Pensilvânia, nos Estados Unidos. Ele afirmou que sua candidatura só depende do
partido.
As informações são de reportagem
de Eduardo Graça em O Globo.
"-
Quem decide a minha candidatura sou eu, e só dependo de uma circunstância: o
PDT confirmar meu pleito. Quando digo que não gostaria de ser candidato se o
Lula também for, não é uma homenagem propriamente a ele, embora acredite que PT
e PDT possam seguir juntos, apesar de nossas diferenças. Mas, se ele for
candidato, passionaliza e polariza de tal forma o ambiente que os eleitores
terão dificuldade de encontrar meu discurso, centrado em temas que considero
sérios, distantes da polarização simplória que ele representa — analisou.
Ciro
afirmou ainda que seus dois adversários mais fortes à sucessão presidencial
são, hoje, Lula e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Ele
destacou que não aposta em uma candidatura do prefeito de São Paulo, João Dória
(PSDB). E se mostrou simpático a uma eventual chapa com o ex-prefeito de São
Paulo Fernando Haddad (PT), mas disse que o “PT deve seguir com sua postura de
lançar um candidato majoritário” e que não será “vice de ninguém”:
—
Estou comovidamente pensando que esta será minha última eleição presidencial e,
ganhando ou perdendo, quero deixar um projeto de governo como meu legado. Dória
é um farsante que se apresenta como não político, mas já lá no governo (do
então presidente) José Sarney (PMDB) era presidente da Embratur, e recebeu
várias benesses, com o passar dos anos, dos governos do PSDB. Derrotá-lo numa
disputa nacional é moleza; daria uma surra nele. Já o Alckmin, mesmo com o
(deputado federal) Jair Bolsonaro (PSC) tirando muitos votos dos tucanos, é muito
mais complicado. Ele sai com o apoio de 50% de São Paulo, quase 15% do
Brasil." (247).
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