Um padre do município de Gavião,
localizado a 245 quilômetros de Salvador, anunciou neste último domingo
(25) que renunciava o cargo e abandonava a batina após engravidar uma
fiel. Em uma carta divulgada no Facebook, Gerônimo Moreira relatou como o
casal se conheceu, em 2007, quando ele ainda era seminarista.
Apesar de anunciar a decisão durante uma
missa, a proximidade entre o padre e Emília Carneiro, 22 anos, fica
evidente em fotos postadas na redes sociais em datas anteriores à
revelação. A jovem, que segundo uma moradora de Gavião, mora na zona rural e era bastante conhecida na cidade.
Leia abaixo a carta de renúncia do pároco
“Comunicado
“Comunicado
Caros fiéis da Diocese de Serrinha, especialmente os da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, a que me foi confiado, venho por meio desta comunicar a todos uma decisão que tomo na minha vida.
Desde 2001 quando decidi entrar no
Seminário para ser padre, sempre tive consciência da grande
responsabilidade e as exigências para quem se propõe a tal missão. A
minha decisão foi uma atitude de fé. Senti-me chamado para servir ao
Reino, ajudar as pessoas, de forma total, consagrando a minha vida como
padre. Foi uma decisão livre. Muitas pessoas me apoiaram, outras me
criticaram, inclusive dentro da minha própria família.
Tinha consciência que para ser padre
era necessário renunciar a vida familiar e viver o celibato. O que
procurei fazer durante este tempo, mesmo diante de todas as
dificuldades.
Em 2007, na época que fiz pastoral
aqui, conheci Emília Carneiro e sempre tive um grande carinho por ela e a
nossa amizade foi cada vez mais crescendo e se fortalecendo. A minha
vinda para a Paróquia favoreceu ainda mais este crescimento. Com o tempo
fui observando que na nossa amizade tinha algo a mais: O AMOR, mas
sempre procuramos deixá-lo só no nível da amizade, pois dizia que, se
por acaso eu percebesse que, não conseguiria manter o celibato deixaria
antes o ministério para não escandalizar a comunidade. Mas por ironia do
destino não aconteceu como eu pensava e nos envolvemos concretamente e
hoje ela está grávida e eu quero assumir a paternidade. Como padre não
pode assumir a vida familiar conforme a norma atual da Igreja, a partir
de amanhã, dia 26 de agosto não exercerei mais o Ministério Sacerdotal.
Reconheço o meu erro de ter deixado
acontecer a gravidez antes de me afastar do Sacerdócio, por isso peço
perdão a todos vocês e vos peço que não deixem que esta minha postura
venha afetar a fé de vocês. Quero lembrar que cometi um pecado e não um
crime.
Sei que muitas pessoas não
compreenderão e me condenarão. Outras usarão deste fato para criticar a
Igreja e os outros padres, mas sei também que as pessoas de fé não se
deixarão abater, pela minha escolha ou pelo meu erro e continuarão a sua
caminhada lembrando-se de tudo que procurei ensinar como padre, assim
como pede a Igreja.
Neste último dia como padre, quero
pedir perdão a todas as pessoas que magoei com minhas palavras ou gesto
ríspidos. De forma especial as lideranças das pastorais e comunidades.
Quero pedir perdão ao nosso Bispo Dom
Ottorino por não ser fiel à minha vocação e à sua confiança e lhe
agradecer por ter me acolhido com paternidade neste momento da minha
vida.
Continuarei vivendo todos os valores
da fé cristã, agora na família, ajudando a Igreja naquilo que for
possível, enquanto aguardo a autorização do papa para que eu possa casar
na Igreja e assim poder participar dignamente da Sagrada Comunhão.
Peço a todos que rezem por nós“
Blog do Bill Art´s