segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Brasileiros nos EUA adotam estratégias para evitar agentes de imigração o medo é constante

 

Comunidades utilizam alertas no WhatsApp e permanecem em casa para escapar de detenções

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Foto: Nathan Howard / Reuters)

Imigrantes brasileiros em situação irregular nos Estados Unidos têm adotado diversas táticas para evitar a detenção por agentes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE). De acordo com reportagem do G1, muitos estão deixando de ir ao trabalho e evitando levar os filhos à escola devido ao medo de serem capturados.

Um brasileiro residente na Flórida, que preferiu não se identificar, relatou que mantém comunicação constante por meio de grupos no WhatsApp, onde imigrantes compartilham informações em tempo real sobre as operações do ICE. "Tem dias que dá uma minimizada na polícia, tem dias que é 'caô'", afirmou o imigrante, destacando o clima de tensão constante.

André Simões, gerente de projetos do Brazilian Worker Center em Boston, uma das maiores organizações sociais da região, observou um aumento significativo nos pedidos de ajuda, incluindo assistência financeira, já que muitos imigrantes estão evitando trabalhar por receio de serem detidos. "As pessoas não estão indo trabalhar e, quando elas não vão trabalhar — porque a maioria dos trabalhos é por hora — isso afeta bastante toda a comunidade", explicou Simões.

Para auxiliar a comunidade, o Brazilian Worker Center, em parceria com outras organizações especializadas em questões migratórias, tem promovido sessões informativas conhecidas como "know your rights" ("conheça seus direitos"). Nesses encontros, frequentemente realizados em igrejas, escolas e centros comunitários, os imigrantes recebem orientações sobre como proceder em caso de abordagem pelas autoridades de imigração e são incentivados a preparar documentos que autorizem terceiros a cuidar de seus filhos, caso sejam detidos.

A socióloga brasileira e organizadora comunitária da Massachusetts Immigrants and Refugees Advocacy Coalition (MIRA) destacou a vulnerabilidade dos imigrantes recém-chegados aos EUA. Ela ressaltou que a disseminação de informações incorretas na internet e em aplicativos de mensagens aumenta o medo entre os imigrantes, levando-os a evitar atividades cotidianas, como levar os filhos à escola ou comparecer a consultas médicas.

A revogação de diretrizes que protegiam imigrantes em locais considerados sensíveis, como igrejas, escolas e hospitais, aumentou ainda mais a apreensão. "A comunidade está com muito medo e ficando em casa mesmo. Essa é a primeira medida de proteção, de ficar em casa, não sair", enfatizou Simões.

Além disso, o governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, conseguiu recentemente que os Estados Unidos modificassem as condições de deportação de brasileiros indocumentados. Após incidentes envolvendo tratamento inadequado em voos de deportação, novos protocolos foram estabelecidos para garantir um tratamento mais digno aos deportados. O próximo voo contará com a presença de um diplomata brasileiro para supervisionar o processo. - 247.


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