Por: Correio Braziliense
Operação foi realizada por ordem do ministro do STF Gilmar Mendes. Na véspera da eleição, a bolsonarista sacou e apontou um revólver contra um homem (Crédito: Reprodução/Redes Sociais)
A Polícia Federal cumpriu, nesta terça-feira (3), ordens de busca e apreensão em dois endereços da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Os agentes procuraram armas de fogo que a bolsonarista não entregou às autoridades, após o episódio em que ela perseguiu armada um homem na véspera da eleição presidencial. A ação ocorreu por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
A PF esteve em dois endereços da deputada, um em São Paulo e outro em Brasília. Zambelli confirmou a operação e divulgou em vídeo ter entregado outras três armas durante a operação. “Apesar de ter entregue espontaneamente minha G3C 9mm, eles levaram também agora minha 380 Taurus, uma Ruger 9mm e uma arma de coleção, 38, que eu tinha”, disse.
Por meio de nota, a bolsonarista disse que corre perigo. “Zambelli informa que cooperou, como sempre fará, com as autoridades policiais para o cumprimento da decisão. Caso qualquer atentado à vida da deputada, agora desprotegida, aconteça, já sabemos o responsável", disse em nota a assessoria da deputada”, afirmou.
Relembre o caso
Na véspera da votação do segundo turno das eleições de 2022, a deputada Carla Zambelli, uma das maiores aliadas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - derrotado nas urnas - apareceu em um vídeo gravado, nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, com uma arma na mão perseguindo o jornalista Luan Araújo. O caso ocorreu próximo a um ato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), então candidato.
As imagens que circularam pelas redes sociais mostram o homem correndo no cruzamento das alamedas Lorena e Joaquim Eugênio. A pessoa que faz a gravação diz "é a Zambelli, é a Zambelli". Momentos depois, a deputada aparece com uma arma na mão, apontando em direção ao homem, e grita "pega ele".
O rapaz tentou se esconder em um comércio e, então, a deputada entrou no local e grita para ele: "deita no chão, deita no chão". Depois do episódio, ela apareceu em seu perfil do Instagram alegando que foi agredida pelo homem, que seria "um homem negro" e "militante de Lula". "Me chamaram de filha da puta", disse.
Após o caso, o ministro Gilmar Mendes ordenou que a bolsonarista entregasse a arma às autoridades. A vítima foi ao STF pedir a abertura de processo criminal contra Zambelli (PL-SP). Na ação, a defesa do homem diz que a parlamentar teria cometido quatro delitos: racismo; ameaça; perigo para a vida ou saúde de outrem; constrangimento ilegal majorado pelo emprego de arma de fogo.
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