terça-feira, 26 de novembro de 2019

PT repudia declaração de Guedes sobre AI-5: "Com a democracia não se brinca"

"O Paulo Guedes precisa saber que não estamos em 1964 e nem no Chile de 1973", afirmou o líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (RS). "O povo tem q sofrer calado", criticou a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR)


O líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (RS), repudiou a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, que, em entrevista nos Estados Unidos, sinalizou a possibilidade de o governo Jair Bolsonaro pedir a implementação de uma espécie de AI-5.
"Embora o chefe dele seja fã do ditador corrupto Augusto Pinochet, o Paulo Guedes precisa saber que não estamos em 1964 e nem no Chile de 1973.  Falar de AI-5 como se isso fosse um fato normal da vida política brasileira é uma ofensa à sociedade. Com a democracia não se brinca", escreveu o parlamentar no Twitter.
A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que o governo "prepara uso da violência contra movimentos sociais". "Depois do relatório de consultoria dizer q Bolsonaro prevê agitações no Brasil; de deputada do PSL pedir ação policial contra o PT, agora Guedes defende uso do AI5. O povo tem q sofrer calado", disse.
Quem também repudiou a declaração do ministro foi o deputado federal Pualo Teixeira (PT-SP). "Agora é o ministro Paulo Guedes que fala em ditadura. Ele que é da escola do Pinochet. Gravíssimo! 'Não se assustem se alguém pedir o AI-5', diz Guedes'", postou ele no Twitter.
Durante coletiva de imprensa em Washington, Guedes comentava a convulsão social e institucional em países da América Latina.
"Sejam responsáveis, pratiquem a democracia. Ou democracia é só quando o seu lado ganha? Quando o outro lado ganha, com dez meses você já chama todo mundo para quebrar a rua? Que responsabilidade é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5. Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente? Levando o povo para a rua para quebrar tudo. Isso é estúpido, é burro, não está à altura da nossa tradição democrática", disse (veja aqui). 
No final de outubro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também defendeu o AI-5. "Tudo é culpa do Bolsonaro. Se a esquerda radicalizar neste ponto, a gente vai ter que dar uma resposta. Uma resposta que pode ser um novo AI-5", complementou (relembre). (247)





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