sexta-feira, 26 de abril de 2019

PSDB PAULISTA FEZ CAIXA DOIS DE R$ 97 MILHÕES NOS PEDÁGIOS E SÓ SERRA LEVANTOU R$ 39 MILHÕES

REUTERS/Adriano Machado

Delações de executivos das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez apontam que o senador José Serra e outros políticos do PSDB paulista, além de operadores ligados ao grupo, cobraram ao menos R$ 97,2 milhões em propinas durante oito anos. De acordo com delatores, o ex-governador teria sido o maior beneficiado no esquema, tendo recebido no mínimo R$ 39,1 milhões para caixa 2 de diferentes campanhas suas. O dinheiro teria sido obtido por meio de contratos de obras de infraestrutura do governo do estado. Os recursos seriam destinados também ao caixa 2 de campanhas do PSDB. Serra governou o estado de 2007 a 2010.
Os colaboradores são investigadas na Justiça Eleitoral, no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e pelas forças-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo e Curitiba. Além de Serra, são citados nas delações o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), o ex-senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e ainda Gilberto Kassab (ex-DEM, hoje PSD-SP), ex-prefeito de SP.
No final do ano passado, o Supremo Tribunal Federal arquivou parte do inquérito contra Serra e enviou o restante para ser apurado pela Justiça Eleitoral, pois os crimes teriam sido praticados com para financiar eleições e teriam sido cometidos antes de o senador iniciar o mandato, o que não justificaria o foro privilegiado de acordo com o atual entendimento do STF.
Como governador de São Paulo, em 2007, Serra nomeou Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, para a diretoria de Engenharia da Dersa. De acordo com delatores da Odebrecht, um de seus primeiros atos no cargo foi cobrar 0,75% de propina dos valores recebidos pelo consórcio liderado pela empresa, em contrapartida a uma mudança contratual que permitiria o aumento dos lucros das construtoras em pelo menos R$ 70 milhões.
De acordo com a investigação, as empreiteiras pagavam R$ 200 mil mensalmente. Os pagamentos da propina que seria destinada ao caixa 2 de Serra teriam terminado quando a soma estava em R$ 2,2 milhões.
Outro lado
Em nota enviada à reportagem, por meio de sua assessoria de imprensa, o senador José Serra negou ter recebido vantagens indevidas. "Todas suas contas de campanhas ficaram a cargo do partido e foram aprovadas pela Justiça Eleitoral", diz a nota enviada ao site UOL. "Serra espera que tudo seja esclarecido da melhor forma possível para evitar que prosperem acusações falsas que atinjam sua honra e ilibada trajetória pública".
Alckmin, que preside o PSDB, não respondeu diretamente aos questionamentos da reportagem. Em nota, o partido afirmou que obras públicas "nunca foram usadas com a finalidade de angariar recursos para contribuições eleitorais". "O que se tem notícia - e já é objeto de investigação e de ações judiciais reparatórias - é da prática de cartel contra a administração pública, levada a efeito por empresas privadas, mediante eventual participação de agentes públicos sem nenhuma relação com o partido, que igualmente deverão responder por seus atos perante o Poder Judiciário".(247)


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