A inadimplência cresceu 3,2% no País, fazendo com que as dívidas atrasadas virassem realidade para 40,3% da população adulta
Por: Rodrigo Barros
DívidasFoto: Felipe Ribeiro / Arquivo Folha
O número de inadimplentes chegou a 63 milhões no Brasil em março. O número é recorde, segundo o Serasa Experian, e significa que, em apenas um ano, entre março de 2018 e março de 2019, mais de dois milhões de pessoas entraram no vermelho. Desse montante, 800 mil pessoas ficaram negativadas apenas entre fevereiro e março deste ano. Com isso, a inadimplência cresceu 3,2% no País, fazendo com que as dívidas atrasadas virassem realidade para 40,3% da população adulta do País - percentual semelhante ao encontrado em Pernambuco. No Estado, 2,8 milhões de pessoas, 40,8% da população estadual, têm contas em atraso, de acordo com pesquisa do Serasa.
“O aumento do desemprego e a alta da inflação nos primeiros meses do ano resultaram em perdas na renda do consumidor, o que impacta diretamente na inadimplência. A concentração de compromissos financeiros típicos de início de ano, como IPTU, IPVA, material escolar, pressiona o orçamento da população”, explica o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, lembrando que esse recorde de pessoas com dívidas em atraso traz prejuízos ao crescimento da economia.
É o caso, por exemplo, da gari Ana Cristina, de 44 anos. “Eu pagava tudo em dia, só que fiquei desempregada e mudou tudo. Recebi o seguro-desemprego, mas optei por alimentar meus filhos e dar prioridade às coisas dentro de casa”, justificou Ana, admitindo que até as contas de água e luz da sua casa estão atrasadas. “Nem trabalhar com o nome sujo você consegue”, lamentou a gari.
“O aumento do desemprego e a alta da inflação nos primeiros meses do ano resultaram em perdas na renda do consumidor, o que impacta diretamente na inadimplência. A concentração de compromissos financeiros típicos de início de ano, como IPTU, IPVA, material escolar, pressiona o orçamento da população”, explica o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, lembrando que esse recorde de pessoas com dívidas em atraso traz prejuízos ao crescimento da economia.
É o caso, por exemplo, da gari Ana Cristina, de 44 anos. “Eu pagava tudo em dia, só que fiquei desempregada e mudou tudo. Recebi o seguro-desemprego, mas optei por alimentar meus filhos e dar prioridade às coisas dentro de casa”, justificou Ana, admitindo que até as contas de água e luz da sua casa estão atrasadas. “Nem trabalhar com o nome sujo você consegue”, lamentou a gari.
Comerciante, Genildo Jordão, 49 anos, também entrou no vermelho por conta do desemprego. Só que, neste caso, o débito é do cartão de crédito. “É uma dívida pequena, mas, como perdi o emprego, não consigo pagar. Tornou-se uma 'bola de neve'", contou Jordão, que, por conta disso, não consegue mais fazer financiamentos ou compras parceladas.
O cartão de crédito, por sinal, é um dos grandes responsáveis pela inadimplência. Segundo o Serasa, os débitos que mais deixaram as pessoas negativadas em março foram os de bancos e cartões (28,1%), água, luz e gás (19,8%) e telefonia (13,2%). “O grande vilão é o cartão de crédito, uma vez que dá uma falsa ideia de extensão de renda e tem juros beirando 280% ao ano. É uma ferramenta excelente para quem sabe usar, mas pode se tornar um pesadelo para toda uma família”, reitera o consultor econômico e financeiro, Tiago Monteiro, lembrando que, o aumento da oferta de crédito nos últimos meses também contribuiu com a alta da inadimplência. “Nos anos de 2016 e 2017, no resquícios da crise econômica no Brasil, as pessoas não tinham disponibilidade para gastar e a taxa de juros em torno de 14% deixava o consumidor com receio. Após a queda dos juros para 6,5%, os compradores voltaram a consumir”, lembrou Monteiro.
Idades
Os pernambucanos Ana e Genildo estão na faixa etária que corresponde à maior parte dos brasileiros que têm contas em atraso. Segundo o Serasa, 19,9% dos 63 milhões de inadimplentes têm entre 41 e 50 anos. Mas o segmento que apresentou a maior alta foi o de idosos. É que 38,8% dos consumidores com mais de 61 anos estavam inadimplentes em março.
Para esses consumidores, a dica dos especialistas é coloca todas as contas na ponta do lápis para avaliar se seus gastos cabem na sua renda. Se o saldo for neutro, recomenda-se atenção e o corte de itens supérfluos. Mas, se for vermelho, o cuidado deve ser recobrado: guardar o cartão e comprar só o essencial é fundamental.
Blog do BILL NOTICIAS