quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

JESSÉ SOUZA EXPLICA COMO A CLASSE MÉDIA FOI ENGANADA NO GOLPE DAS ELITES


Por que segmentos da classe média brasileira apoiaram um golpe contra a democracia, que já retirou garantias trabalhistas, fez do Brasil uma república bananeira e ameaça as suas aposentadorias? A melhor resposta para esta intrigante questão está no livro "A elite do atraso – da escravidão à Lava Jato", escrito pelo sociólogo Jessé Souza, ex-presidente do Ipea.
Reproduzimos, abaixo, um trecho do livro:
Como esse golpe foi reacionário, ou seja, uma reação de cima à pequena ascensão social de setores populares, o decisivo é compreender a ação das classes do privilégio: a elite do dinheiro e a classe média e suas frações.
(...)
O golpe de 2016, como aliás todos os outros, foi gestado e posto em prática pela elite do dinheiro e cabe analisar e perceber seus motivos e compreender a ação de seu "partido político" específico: a grande imprensa.
(...)
A "política do golpe" foi midiaticamente produzida e os partidos só tiveram que ratificar os consensos sociais produzidos midiaticamente. Por conta disso, chamar o golpe de "parlamentar"é se prender às aparências e esquecer o principal.
(...)
Digo que a classe média foi massa de manobra dado que não havia, exceto para as capas superiores da classe média associadas ao pacto rentista, nenhum motivo racional para isso. A classe média não ganhou nada e só vai perder com o golpe. Mas ela agiu como se fosse a protagonista do processo.
Segundo Jessé, a única justificativa – ainda que irracional – para o apoio da classe média ao golpe é o ódio aos pobres, que vem desde a escravidão. Ou seja: a classe média se comporta como o capataz dos antigos senhores de engenho agia em relação aos escravos. Uma melhor posição na escala social é também o que mantém, para setores da classe média, uma confortável sensação de privilégios no modelo de extrema desigualdade que impera no Brasil. (247).


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