terça-feira, 20 de junho de 2017

Protesto repudia expulsão de PMs e classe pode parar na sexta

Ato marcado para esta terça (20) reunirá integrantes da categoria em frente à Assembleia Legislativa
Ação conjunta começou hoje com a distribuição de cartazes com alerta sobre o crime
Ação conjunta começou hoje com a distribuição de cartazes com alerta sobre o crimeFoto: Clemilson Campos/Arquivo Folha

A exclusão de dois dirigentes da Associação de Cabos e Soldados (ACS) das fileiras da Polícia Militar (PM), formalizada pela Secretaria de Defesa Social (SDS) em publicação no Diário Oficial, acirrou ainda mais os ânimos da tropa contra o Governo do Estado. Nesta terça-feira (20), a partir das 13h, integrantes da categoria devem participar de um protesto contra a medida em frente à Assembleia Legislativa (Alepe), na rua da Aurora, área central da Cidade.

A possibilidade de uma paralisação de 24 horas na próxima sexta-feira, véspera de São João, embora considerada remota pelos dirigentes das associações militares, também vem sendo disseminada em grupos privados da categoria nas redes sociais.

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Alberisson Carlos e Nadelson Leite, presidente e vice-presidente da ACS, respectivamente, foram os líderes de duas passeatas por melhorias salariais ocorridas em dezembro de 2016. Ontem, em entrevista coletiva, eles classificaram a decisão da SDS como um ato de censura. “Foi uma exclusão de caráter político. Recebemos com tristeza, mas sem surpresa”, disse Alberisson. A entidade pretende recorrer da determinação.

Além das passeatas, os líderes também gravaram vídeos, nos últimos meses, criticando o Governo e defendendo a continuidade da operação padrão deflagrada em dezembro. O ato, considerado uma “greve branca”, reduziu o policiamento nas ruas, o que contribuiu para o aumento dos índices de violência no início do ano. 

A portaria que formalizou a exclusão afirma que Alberisson e Nadelson foram acusados de “tecerem críticas ao secretário de Defesa Social e comentários desonrosos ao governador do Estado”, além de terem fomentado a insubordinação dos membros da PM contra seus superiores “aproveitando-se de um momento acirrado de negociações salariais”.

O protesto de hoje está sendo convocado pelo deputado estadual Joel da Harpa (PTN), que é da oposição ao Governo do Estado e foi um dos líderes da greve da PM em 2014. 

“Foi uma atitude extremista e até de abuso de poder. É verdade que os policiais militares não podem ser sindicalizados, mas eles são funcionários do Estado e têm direito de buscar resolver suas demandas, por meio das associações que fazem esse trabalho. Pega muito mal, num estado democrático, uma atitude como a que foi tomada. Onde fica a liberdade de expressão?”, contestou. “Farei um pronunciamento no Grande Expediente e, em seguida, faremos o ato de protesto do lado de fora da Alepe”, completou.

São João
Já a paralisação de 24 horas no São João não seria contra a exclusão dos dirigentes da PM, mas, sim, contra o reajuste salarial concedido pelo Governo. O projeto de lei foi aprovado na Alepe em fevereiro, mas só passou a vigorar no contracheque recebido neste mês de junho. Segundo a cateegoria, um soldado teve um ganho real de R$ 120. 

As associações militares, porém, negam que estejam à frente desse movimento. “Não digo que não acontecerá. Pode haver pessoas articulando, mas não é algo que partiu de nós”, afirmou o presidente da Associação dos Praças, José Roberto Vieira.

Na semana passada, a SDS havia anunciado o esquema de segurança no São João em todo o Estado. Estão previstos 24.683 lançamentos de profissionais de segurança, 17,9 mil deles, só de policiais militares. (Folhape).



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