O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (1°), durante evento
comemorativo aos 25 anos da Constituição Federal, que a origem dos
avanços sociais obtidos por seu governo e pelo governo de Dilma Rousseff
está justamente nos direitos sociais previstos na Carta Magna de 1988.
“Mesmo convocada dentro dos limites
de uma transição [da ditadura para a democracia] e compactuada por cima,
[a Constituição] recebeu o influxo positivo de uma articulação da
sociedade brasileira. Uma intensa mobilização social foi responsável
pelo alargamento da pauta constituinte”, disse Lula, durante o evento na
sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Brasília.
Entre as consequências da
Constituição de 1988, disse Lula, estão as políticas públicas do governo
federal voltadas para a garantia dos direitos previstos no documento.
“Em nosso governo cuidamos de abrir os canais de diálogo e participação
social. A Constituição garante a concretização desses direitos, na
esperança de uma nação que superava o arbítrio e que não tinha, ainda,
os anseios dos direitos sociais”, acrescentou.
Lula lembrou que uma das críticas
feitas pelo então presidente da República, José Sarney, ao ex-deputado
Ulisses Guimarães, durante a promulgação da Constituição, era a de que a
nova Carta faria o país ingovernável. “Sabiamente, Ulisses respondeu
que a governabilidade estava na sociedade, nas garantias sociais”, disse
Lula.
“Foram criados 20 milhões de
empregos em dez anos. Tirar 36 milhões de pessoas da pobreza e levar 40
milhões à classe média aconteceu graças aos direitos sociais garantidos
na Constituição de 1988, que previu várias soluções para o século 21. A
conquista foi alcançada porque colocamos os pobres no centro das
discussões. Eles eram vistos como problemas e agora são a solução para o
nosso país”, acrescentou.
O ex-presidente lembrou que, durante
a instalação da Assembleia Constituinte, o PT foi o único partido a
apresentar um projeto para a Constituição. Era um projeto “mais radical”
que, admitiu o ex-presidente, se tivesse sido aprovado, certamente
tornaria o país ingovernável, “porque éramos muito duros na queda e
intransigentes”.
“O PT queria um texto mais avançado,
contemplando reforma agrária, estabilidade no emprego, imposto sobre
fortuna, criação do Ministério da Defesa. Por isso votamos contra o
texto final. Mas depois assinamos e assumimos a nova carta, pois o PT
sempre teve responsabilidade com o processo social e político do país”,
disse Lula.
Segundo ele, o plenário da
assembleia era um organismo vivo, movido pela força do argumento.
“Houve, certamente, influência do poder econômico, das grandes
corporações e dos meios de comunicação, como sempre houve no país. Mas,
no primado da política, a combatividade humana superior foi a
característica que permeou todo o processo”, completou o ex-presidente.
(Agência Brasil)
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