A
compra de equipamentos sofisticados e o financiamento para pesquisas
inéditas são algumas das contribuições que o Ministério da Integração
Nacional está fazendo como parte da construção dos dois eixos do
Programa de Integração do Rio São Francisco. Os depoimentos sobre a
satisfação por estar executando trabalhos tão importantes para a
ciência, acrescentando dados desconhecidos ao conhecimento sobre o
Nordeste, além de possibilitar a aquisição de novas tecnologias para dar
mais qualidade a esses trabalhos foram obtidos entre participantes da
65ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC), que chega ao fim nesta sexta-feira (dia 26).
A fauna do semiárido não apenas passou a
ser estudada como ganhou uma recursos, equipamentos e infraestrutura de
alto nível científico. O professor Luiz César Machado Pereira,
coordenador do Centro de Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna) da
Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), conta que ações
previstas no plano de compensação ambientais para obra do Programa de
Integração do Rio São Francisco possibilitaram pesquisas inéditas e
estudos aprofundados de subgrupos de animais (répteis, aves, mamíferos,
peixes entomologia aquática e terrestre), além do resgate da fauna na
obra em andamento. “Nosso sucesso em devolução de animais à natureza
alcança o índice de 85%”, aponta o professor Luiz César. Ele acrescenta
que, os animais que não foram salva passaram a fazer parte de coleções
científica. “O Cemafauna possui a 3ª mais representativa coleção de
répteis do país”, atesta.
A execução do trabalho de resgate e
criação de passagens artificiais (depois da instalado o canal da
transposição) também contaram com recursos do Ministério da Integração
Nacional. O grupo do Cemafauna possui 40 alunos bolsistas, 26 técnicos,
motoristas e mateiros compondo um grupo de 120 pessoas. Carros,
microscópios, laboratório e instalações também têm do orçamento do
Programa de Integração do Rio São Francisco. “Nós trabalhamos com um
seqüenciador gênico próprio, na Univasf. Equipamentos iguais só existem
no Recife e em Salvador”, cita Luiz César, tomando como exemplo uma
sofisticada tecnologia adquirida com apoio do Ministério da Integração
Nacional e que oferece mais qualidade científica à pesquisa, no sertão
do Brasil.
Além do professor Luiz César, também se
apresentaram na SBPC a coordenadora do departamento do Programa de
Pós-Graduação em Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE), Anne-Marie Pessis, integrante do Instituto Nacional de
Arqueologia, Paleontologia e Ambiente do Semiárido do Nordeste do Brasil
(Inapas), que recebe recursos do Ministério da Integração Nacional para
pesquisas arqueológicas na obra.
O Programa de Integração do Rio São
Francisco, dessa forma, possibilitou ampliar o grupo de cientistas
envolvidos com a pesquisa arqueológica, agregando físicos, biólogos,
arquitetos e outros especialistas que passaram a interagir de maneira
inédita, até mesmo para quem faz parte do que chama “a velha guarda da
arqueologia”, cita Anne-Marie, em referência ao grupo vinculado ao Museu
do Homem Americano, em São Raimundo Nonato, Piauí. A idealizadora do
museu, por sinal, é a professor Niède Guidon, uma das homenageadas da
65ª reunião da SBPC, no Recife.
A pesquisa arqueológica foi capaz de
desenterrar tesouros da megafauna do período quaternário, como preguiça
gigante, um toxodonte, tigres-dentes-de-sabre e tatu pampatherium.
Instrumentos feitos pelo homem do passado, como um lança com ponta de
cristais de quartzo também se encontra na coleção retirada na área da
obra. Além disso, o Inapas pode adquirir um equipamento para registros
fotogramétricos, que além do registro fotográfico em alta precisão, é
capaz de gravar de forma digital os relevos e contornos de onde o
vestígio pré-histórico foi encontrado.
As instalações do Inapas em São Raimundo
Nonato passaram a possuir os laboratórios de paleontologia,
arqueologia, material lítico, vestígios orgânico, rupestres dos mais
modernos do país. Esses estudos possibilitaram a criação de cenários do
que foi o semiárido há 30 mil anos: uma região úmida, com vegetação para
suprir as necessidades alimentares de animais herbíveros, alguns com
cerca de seis metros”, conta a professora Anne-Marie Pessis.
A maior obra de infraestrutura hídrica
do país, o Projeto de Integração do Rio São Francisco levará água
potável a mais de 12 milhões de brasileiros nos estados de Pernambuco,
Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.
Ministério da Integração Nacional
Assessoria de Comunicação Social
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