Em um futuro próximo o Pix, principal instrumento de pagamentos
do país, poderá ser feito sem a necessidade de estar conectado à internet. É o
que apontou o Relatório de Gestão do Pix, divulgado nesta segunda-feira (04/09)
pelo Banco Central, com projeções ambiciosas para a ferramenta.
A novidade poderá facilitar o pagamento de pedágios, transporte
público e outros serviços. “O uso de novas tecnologias que tornam a experiência
de pagamento ainda mais rápida pode ser benéfico principalmente em alguns casos
de uso específicos, como pagamentos de pedágios em rodovias, estacionamentos e
transporte público”, informa um trecho do documento.
Atualmente, não é possível realizar uma transferência do gênero
sem que o dispositivo do usuário não esteja com o acesso à rede. De acordo com
o relatório, a ferramenta “tem potencial de ampliar o acesso e dar mais
comodidade ao usuário, estimulando novas dinâmicas de uso e a substituição de
meios de pagamento menos eficientes”. “Muitos negócios que hoje não são
realizados pela falta de conectividade poderão ser viabilizados
instantaneamente, de forma simples, segura e com menor custo”, apontou.
O BC afirmou que também está considerando o desenvolvimento do
Pix Automático, modalidade que funcionará como um débito automático mediante
autorização prévia do pagador. Com a ferramenta, prevista para ser lançada em
2024, brasileiros poderão quitar despesas recorrentes, como contas de água, luz
e telefone, sem precisar autenticar cada transação.
“Dada a maior quantidade de agentes aptos a oferecer a solução
aos recebedores, espera-se que o custo também seja menor do que o atualmente
observado na oferta de serviços similares”, destacou a autoridade monetária.
Parcelamento
Em meio à polêmica sobre um possível fim do parcelamento sem
juros no cartão de crédito, a autarquia prevê o parcelamento de compras através
do Pix. Segundo o BC, não há um único modelo sendo praticado. Há, por exemplo,
soluções que vinculam uma concessão de crédito pessoal à transação Pix e
soluções que permitem o pagamento de uma transação Pix na fatura do cartão de
crédito.
“O BC monitora
a evolução desse mercado e o uso dessas soluções, podendo, futuramente, caso
julgue necessário, decidir pela criação de um produto único ou pela definição
de regras mínimas a serem observadas pelas instituições”, declarou.
Outra expectativa é de que o Pix possa ser usado como forma de pagamento para o exterior. Atualmente, apenas contas brasileiras estão integradas no sistema de pagamentos instantâneos lançado em novembro de 2020. Neste sentido, o BC disse que o Pix já foi desenvolvido para facilitar esse tipo de conexão, adotando padrões internacionais de comunicação, e que está acompanhando iniciativas ao redor do mundo. - (Correio Brasiliense).
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