Governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também disse considerar “fundamental” abrir um canal de diálogo com o futuro governo Lula
O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi escalado por Jair Bolsonaro para disputar o governo paulista no pleito de outubro, afirmou que nunca foi um “bolsonarista raiz” e que não pretende entrar em “guerra ideológica e cultural” durante o seu mandato.
“Eu nunca fui bolsonarista raiz. Comungo das ideias econômicas principalmente desse governo Bolsonaro. A valorização da livre iniciativa, os estímulos ao empreendedorismo, a busca do capital privado, a visão liberal. Sou cristão, contra aborto, contra liberação de drogas, mas não vou entrar em guerra ideológica e cultural”, disse Tarcísio à CNN Brasil.
“É só ver o que foi minha atuação no ministério [da Infraestrutura]. Será do mesmo jeito. Uma atuação técnica. Eu quero dar resultado. Vou me engajar nessa questão do resultado. E será como fui no ministério. Não me envolvi em polêmica. Não entrava na questão ideológica”, destacou mais à frente.
Na entrevista, Tarcísio reconheceu que o governo Bolsonaro tensionou as relações com os demais Poderes, especialmente com o Judiciário, e que irá “conversar" com os ministros do [Supremo Tribunal Federal [STF].
“Não vou fazer o que erramos no governo federal de tensionar com os Poderes. Vamos conversar com ministros do STF. E Barroso é um ministro preparadíssimo, razoável. Sempre que eu, na condição de ministro [da Infraestrutura], precisei dele, ele ajudou o ministério. Sempre votou a favor das nossas demandas. Mas ‘os caras’ me esculhambaram”, disse em referência às críticas contra ele feitas por bolsonaristas.
O ex-ministro disse, ainda, que Bolsonaro deve deixar o mutismo e o isolamento em que mergulhou desde a derrota na eleição presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Tenho falado muito da necessidade de ele sair do casulo, de se posicionar como liderança de centro-direita, de atuar na sucessão da mesa e fazer uma oposição responsável e ser voz crítica, por exemplo, da maneira como a PEC [do Estouro] foi apresentada”, comentou.
Tarcísio também ressaltou que considera “fundamental” abrir um canal de diálogo com o governo Lula. “É fundamental ter uma conversa com o governo federal. Obviamente, quando for chamado, depois da posse, vou lá sem problema nenhum . E quando entender que preciso recorrer a ele, também”, afirmou. 247.
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