quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Depois de meses de pressão contra a Justiça Eleitoral, Forças Armadas se calam sobre auditoria nas urnas

Após nenhum erro ser constatado no primeiro turno e Bolsonaro ter tido um desempenho melhor que o esperado, militares cessaram os ataques às urnas eletrônicas

Alexandre de Moraes e Paulo Sérgio (Foto: Isac Nóbrega/PR | Alan Santos/PR)

Utilizado por Jair Bolsonaro (PL) como 'fiscal das eleições' para encorpar a narrativa golpista de descrédito das urnas eletrônicas, o Ministério da Defesa não se manifesta, desde o dia 2 de outubro, sobre a fiscalização que promoveu no sistema eletrônico de votação no primeiro turno das eleições. A informação é da Folha de S. Paulo.

Técnicos das Forças Armadas realizaram verificações sobre o teste de integridade das urnas eletrônicas após o fechamento delas. Além disso, também checaram a totalização dos votos, comparando os registros de aproximadamente 400 boletins de urna com os dados que foram computados pelo Tribunal Superior Eleitoral para a contagem.

Curiosamente, após nenhum erro ou escândalo ter sido noticiado em relação às urnas desde então e dado o desempenho acima do esperado de Bolsonaro no primeiro turno, os militares estão calados sobre a fiscalização nas urnas. Nenhum dos pedidos enviados pela Folha de respostas sobre a conclusão das análises dos militares foi respondido até o momento. Vale lembrar que, em diversas ocasiões, membros das Forças Armadas se manifestaram questionando a segurança das urnas eletrônicas - e agora estão quietos.

Neste contexto de silêncio, foi enviada na sexta-feira (7) ao ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), uma requisição dos relatórios de auditoria das Forças Armadas. De acordo com integrantes do TCU ouvidos pela Folha, "a atuação dos militares na fiscalização do pleito é passível de acompanhamento e de possíveis sanções por parte do tribunal de contas" pelo fato de ter envolvido o uso de recursos públicos.

Os militares, por sua vez, ficaram incomodados com o TCU e ironizaram que se trata de uma "fiscalização da fiscalização", tendo chegado a comunicar, inclusive, o desconforto a ministros do TCU. 247


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