quinta-feira, 25 de agosto de 2022

ONU critica Bolsonaro por seus ataques ao Poder Judiciário no Brasil

 

Michelle Bachelet e Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS)

A ex-presidente chilena Michelle Bachelet, que em 31 de agosto deixará o comando do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, criticou nesta quinta-feira (25) os ataques do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, ao Poder Judiciário. "O presidente Bolsonaro intensificou os ataques ao sistema judiciário e ao sistema de votação eletrônica", declarou, ao citar uma reunião do chefe de Estado brasileiro com embaixadores em julho.

"O que me parece mais preocupante é que o presidente peça a seus simpatizantes que protestem contra as instituições judiciais", respondeu Bachelet ao ser questionada sobre a situação no Brasil, durante sua entrevista coletiva de fim de mandato.

O presidente brasileiro, que chegou ao poder em janeiro de 2019 e é candidato à reeleição, questionou diversas vezes a confiabilidade das urnas eletrônicas utilizadas no país desde 1996, mencionando "fraudes", mas sem apresentar qualquer prova.

Os ataques provocam o temor de que ele não reconhecerá o resultado da eleição presidencial de outubro em caso de derrota. Esta semana, Bolsonaro declarou que aceitará o resultado das urnas se as eleições forem "limpas e transparentes".

Bachelet destacou que um chefe de Estado deve respeitar os outros poderes, Judiciário e Legislativo. "Podemos não concordar com decisões tomadas pelos outros poderes e afirmar isto se for necessário, mas é preciso respeitá-los", insistiu.

"Não podemos fazer coisas que possam aumentar a violência ou o ódio contra as instituições democráticas, que devem ser respeitadas e reforçadas. Não devemos tentar miná-las com discursos políticos", afirmou Bachelet, explicando que dava a recomendação como alta comissária e como ex-chefe de Estado.

Bachelet afirmou ainda que está "realmente preocupada" com as informações que circulam sobre o aumento da violência política, do racismo estrutural e a diminuição do espaço cívico no Brasil.

"Os ataques contra os parlamentares e os candidatos - em particular os de origem africana, as mulheres e as pessoas LGBTQIA+ - são preocupantes", ela concluiu. RFI

(Com informações da AFP)


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