Especialistas alertam que, se for aprovado com atual texto, orçamento da Saúde para 2021 sufocará ainda mais o sistema público, que não terá condições nem sequer de manter o legado da pandemia, como os leitos de UTI, ampliações em unidades de saúde e respiradores adquiridos
Jair Bolsonaro e Paulo Guedes (Foto: Isac Nóbrega/PR)
Entidades da área da saúde reivindicam um “piso emergencial” para custear o financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Caso contrário, o orçamento da Saúde sufocará ainda mais o sistema, que não terá condições nem sequer de manter o legado da pandemia, como os leitos de UTI, ampliações em unidades de saúde e respiradores adquiridos, denunciam especialistas na área.
A área da saúde já perdeu R$ 22,5 bilhões no orçamento após o teto de gastos ser aprovado em 2017. O consultor técnico do Conselho Nacional de Saúde (CNS) Francisco Funcia calcula até agora em R$ 35 bilhões a perda de recursos diretamente para o SUS no ano que vem.
Pela proposta do Conselho, como apontou reportagem do jornal Estado de S.Paulo, a ideia é garantir um piso com os gastos extras que foram autorizados este ano para o enfrentamento da covid-19. O orçamento do ano que vem para o ministério partiria do que foi autorizado a gastar este ano, incluindo o reforço para o combate à pandemia, e também ficaria livre do teto de gastos, assim como ocorreu em 2020.
A reportagem acrescenta que, além da necessidade de dinheiro para a vacinação, demandas represadas de atendimento do SUS por causa dos efeitos da pandemia devem pressionar o gasto, na avaliação do especialista em orçamento da área de saúde do Senado, Bruno Moretti. “Em 2021, o teto de gastos exerce uma pressão tamanha pela despesa que a chance de estourar é muito forte. Fica muito evidente a necessidade do piso emergencial, com os recursos não sujeitos ao teto”, defendeu Moretti.(247)
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