A decisão impede a divulgação da campanha por rádio, TV, jornais, revistas, sites ou qualquer outro meio,
físico ou digital
Por: Folhapress
Campanha "O Brasil Não Pode Parar"Foto: Reprodução.
A Justiça
decidiu neste sábado (28) que a União se abstenha de veicular peças
publicitárias relativas à campanha "O Brasil
não pode parar", em ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal.
A decisão, proferida durante a madrugada, impede a divulgação da campanha por
rádio, TV, jornais, revistas, sites ou qualquer outro meio, físico ou digital.
O
tribunal ainda diz que o governo não deve publicar qualquer outra campanha que
sugira à população brasileira comportamentos que não estejam estritamente
embasados com diretrizes técnicas.
Tais
diretrizes devem ser emitidas pelo Ministério da Saúde, com fundamento em
documentos públicos, de entidades científicas de notório reconhecimento no
campo da epidemiologia e da saúde pública. A Justiça ainda estipulou que o
descumprimento da ordem está sujeito à multa de R$ 100 mil por infração.
Em seu
pedido, o MPF alegou que a campanha instaria os brasileiros a voltarem às suas
atividades normais, sem que a campanha estivesse embasada em documentos
técnicos que indicassem que essa seria a providência adequada.
O
Ministério Público Federal defende que, considerado o estágio atual da pandemia
de Covid-19 no Brasil, a campanha poderia agravar o risco de disseminação da
doença no país. A AGU (Advocacia-Geral da União) informou que não vai se
manifestar sobre a decisão.
Até a
tarde desta sexta-feira (27), o número de mortes pelo novo coronavírus no
Brasil havia subido para 92, segundo dados do Ministério da Saúde. Até quinta
(26), eram 77 mortes. O aumento de 15 óbitos em um dia foi o segundo maior até
agora –só perde para quinta-feira, quando houve o registro de 20 novas mortes.
O país já
registra 3.417 casos nesta sexta –com relação aos casos confirmados, a
mortalidade da doença é de 2,7% no país. O número de registros da doença
representa um salto de 17% com relação a quinta, quando eram 2.915 casos.
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