No banheiro da Universidade de Brasília apareceu a frase: 'Se Bolsonaro for eleito, é Columbine na UnB'
Em Brasília, referência a massacre
Um banheiro da Universidade de Brasília (UnB) amanheceu com dizeres que fazem referência ao "Massacre de Columbine", tragédia escolar americana que ocorreu em 20 de abril de 1999, na Columbine High School, no Colorado, Estados Unidos. Dois alunos armados entraram na instituição, mataram 12 alunos e um professor, feriram outras 21 pessoas e se mataram. No banheiro da universidade apareceu a frase: "Se Bolsonaro for eleito, é Columbine na UnB".
Por meio de nota, a universidade disse que tomou conhecimento da pichação por meio da fotografia postada nas redes sociais e que o caso do reportado à Polícia Federal. "Desde então, a Universidade vem investigando o caso, sem que hajam dados até o momento a serem divulgados". No começo do mês, a Biblioteca da instituição identificou livros da temática de Direito Humanos rasgados.
Em São Paulo, a Universidade de São Paulo (USP) investiga pichações de suásticas, símbolo do nazismo, feitas em portas de cinco apartamentos do Bloco A do Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo (Crusp), alojamento estudantil da Cidade Universitária, na zona oeste da capital paulista. Os estudantes criaram comitês de segurança para cada andar dos prédios após o caso ter sido revelado na quarta-feira, pelos próprios estudantes nas redes sociais. Em uma das imagens postadas no Facebook, além do desenho nazista, há ainda a frase "Volta para Bolívia".
Em menos de 24 horas, pelo menos quatro universidades públicas registraram mensagens de cunho racistas e homofóbicos no País. Na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a porta de um banheiro foi pichada na quarta-feira, 17, com a mensagem "Pretaiada vai voltar para a senzala". No local ocorria o Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros. Ataques foram registrados ainda na Universidade de Brasília (UnB), na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e na Universidade de São Paulo (USP), que teve portas pichadas com o símbolo nazista.
Os ataques na UFU ocorreram no último dia do congresso que reuniu em torno de 4 mil pesquisadores, incluindo, convidados estrangeiros de países como Argentina, Angola e Portugal. A pichação foi feita em um dos banheiros do bloco 3Q, no campus Santa Mônica, em Uberlândia (MG). Em nota, a UFU diz repudiar o "fato criminoso de racismo contra os pesquisadores e pesquisadoras negros e negras". Também instaurou sindicância interna para identificar e punir os responsáveis. Já o DCE (Diretório Central dos Estudantes) divulgou nota para afirmar que se solidariza e "soma forças a todas as pessoas atingidas por essa inscrição".
Nesta quinta-feira, 18, o local da pichação foi interditado para as investigações e a UFU registrou ocorrência na Polícia Militar e acionou também a Polícia Federal, que orientou a universidade a primeiro fazer a apuração interna. Depois disso, o que for levantado será levado à Polícia Federal que tomará as providências. A reportagem encontrou em contato com a delegacia da Polícia Federal em Uberlândia, que confirmou aguardar que a denúncia seja protocolada para ir até a UFU e assumir as investigações.
Em outro caso em Minas Gerais, banheiros da Faculdade de Direito da UFJF apareceram desenhos da suástica acompanhados de mensagens como "Morte aos gays" e "morte a todos LGBT". A instituição também divulgou na quarta-feira nota de repúdio na qual informa que "não aceitará qualquer forma de discriminação ou de violência". A nota diz ainda que essas "expressões e símbolos refletem o ódio e o irracionalismo que vêm se ampliando no contexto da disputa eleitoral, estimulados por discursos pouco afeitos à democracia". E que "intensificou os mecanismos de monitoramento em áreas de convivência", mas sem registrar o caso na polícia.
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