A humanidade usou todo o recurso natural disponível para 2018. No Estado, o esgotamento desses elementos da natureza já cobra a conta com a crise hídrica
Por: Fabio Nóbrega, do Portal FolhaPE
Habitantes da Terra esgotaram em 212 dias os recursos disponíveis para os 365 dias de 2018Foto: Divulgação/Global Footprint Network
Em apenas 212 dias de 2018, os 7,4 bilhões de habitantes do Planeta Terra esgotaram os recursos naturais de comida, água, fibra, solo e madeira disponíveis para os 365 dias do ano. Por esta razão, 1º de agosto é considerado pela ONG Global Footprint Network o Dia da Sobrecarga da Terra, ou seja, a partir desta quarta-feira (1º), a humanidade estará em dívida com a natureza. Em Pernambuco, o esgotamento desses recursos cobra essa conta há vários anos com a crise hídrica.
Em apenas 212 dias de 2018, os 7,4 bilhões de habitantes do Planeta Terra esgotaram os recursos naturais de comida, água, fibra, solo e madeira disponíveis para os 365 dias do ano. Por esta razão, 1º de agosto é considerado pela ONG Global Footprint Network o Dia da Sobrecarga da Terra, ou seja, a partir desta quarta-feira (1º), a humanidade estará em dívida com a natureza. Em Pernambuco, o esgotamento desses recursos cobra essa conta há vários anos com a crise hídrica.
As mudanças climáticas deverão afetar vários setores nas próximas décadas. Entre os impactos previstos em Pernambuco está a perda de até 64,9% de suas terras agricultáveis - aquelas que são aradas ou cultivadas regularmente - até 2050. O dado é apontado por uma pesquisa de 2009 - última válida - da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O biólogo e diretor-presidente do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan), Severino Ribeiro, alertou que são necessárias mudanças imediatas. “Não é mais apenas aquele negócio de ‘a árvore é bonita’ não. Estamos registrando perdas econômicas, desafios de saúde pública atrelados às mudanças climáticas e perdas na agricultura. Ou seja, o momento chegou”, destacou.
Para o
biólogo, a sociedade precisa ser conscientizada e formada desde os primeiros
anos de vida para que seja esboçado um cenário de melhorias. “Ou começamos a entender que é necessário ter um bom comportamento perante ao
meio ambiente ou a persistência da
vida humana estará cada vez mais comprometida. Não é
ficção científica, é ciência. As pessoas sabem que têm de economizar água, pois estão passando meses em racionamento. A dinâmica de vida começou a ser afetada e a tendência é
piorar”, pontua.
Neste
ano, segundo a Global
Footprint Network, seriam necessárias 1,7
Terra para garantir todos os recursos usados pelos
habitantes do planeta anualmente, de acordo com a média global. O Brasil, que
se posiciona como um dos maiores credores ecológicos do planeta - com biocapacidade excedendo a
pegada ecológica -, chegou à sobrecarga em 19
de julho.
“O
que falta é as pessoas se conscientizarem do básico: é
preciso consumir menos água e menos plástico, por exemplo. É
clichê, mas nem isso é cumprido”, acrescenta o biólogo. “Talvez a
conscientização seja o maior desafio para
reduzir os impactos do consumo humano no planeta. Precisamos criar
grandes processos educacionais e de conscientização em escala e quando falamos
disso, estamos falando de uma mudança de paradigmas sociais”.
O
débito com a natureza resulta ainda de medidas como sobrepesca, exploração
excessiva de florestas e da emissão de mais dióxido de carbono na atmosfera do
que os ecossistemas podem absorver. Este desperdício de recursos naturais varia
de acordo com os países. O recorde mundial é do Catar, onde recursos do
ano foram esgotados no dia 9 de fevereiro, enquanto o Vietnãalcançará a data
apenas em 21 de dezembro.
Em
2017 o overshoot day global
aconteceu em 4 de agosto e em 1970 a data era
29 de dezembro. Como não há um planeta
B para habitar por enquanto, se fazem necessárias
medidas que retardem cada vez
mais esta data, como proposto pela campanha#MoveTheDate, promovida pela
ONG.
Pernambuco enfrenta crise hídrica há vários anos, o que aponta para o esgotamento dos recursos naturais cada vez mais cedo - Crédito: Alfeu Tavares/Folha de Pernambuco
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