domingo, 27 de maio de 2018

Renúncia já e diretas já


    
 (por: GUSTAVO CASTAÑON)

Estamos diante de uma das situações mais difíceis que o país já viu. Evidentemente continuamos sendo desestabilizados. Como avaliar e agir?
Bem, minha opinião vai aqui.
1) Caminhoneiro é trabalhador explorado, o lugar da esquerda é do lado de qualquer trabalhador explorado. Temos que apoiar essa categoria que sofre no lombo com as estradas privatizadas e a Petrobrás servindo aos acionistas (eu sou acionista). Se tem imbecil achando que o combustível está alto por causa do "roubo dos políticos" a culpa é nossa que continuamos menosprezando as redes perdendo a narrativa.
2) A greve começou como locaute, então todos os patrões que promoveram isso no início devem ser presos provisoriamente, investigados e processados, pois locaute é crime e esse tipo de atentado a estabilidade econômica por categorias de empresários deve ser coibida.
3) O Exército não quer servir a Temer nem confrontar trabalhador. O risco de em breve assistirmos uma insubordinação é muito grande.
4) A extrema-direita que está organizada em células pequenas e virtuais joga no caos social já entrou no movimento e tenta dar a cara dele. Não acho que a esquerda deva fazer o mesmo porque é oportunismo e a categoria não é de idiotas, não pega bem. Mas devemos apoiá-los.
5) A situação de fato se encaminha para o colapso. E caos é a matéria prima da extrema-direita.
6) Ao vilanizar os caminhoneiros e pedir exército a Globo pode estar jogando no aprofundamento do golpe. Não é minha primeira hipótese, mas não se pode descartar que essa alta frenética de preços nos últimos meses e a inflexibilidade de Parente sejam propositais para criar o ambiente de golpe.
7) A agenda reformista-liberal liderada pelos maiores corruptos e salafrários do Brasil parece enterrada eleitoralmente pela greve e colapso da política de Parente, que não tem mais como ficar na Petrobrás. Se isso não foi parte de uma agenda para se livrar das eleições, isso coloca essa possibilidade na mesa diante do desespero da direita entreguista e globalista, os maiores motores do golpe.
8) Os petroleiros vão entrar em greve, mas não deveriam esperar condescendência da população. São uma categoria organizada, portanto, vão sofrer as mesmas difamações da mídia e classe média de sempre. Vão ter alguém de esquerda para vilanizar, mas mesmo com o risco acho que devemos disputar a narrativa do momento. 
9) É claro que a democracia está em risco. Desde junho de 2013. Só piora a cada ano, mês, dia. Se a greve não for furada em dois ou três dias ninguém sabe o que pode acontecer. Se o comandante militar não fosse o Villas-Boas já estaríamos com botas pisando o congresso e o palácio do planalto.
10) Se a NSA e a CIA manipularam os eventos de 2013 na rede, evidentemente tem muito mais poder para fazê-lo numa categoria limitada em tamanho. O objetivo dos EUA tem sido desde 2013, e em vários países do mundo, a dissolução nacional de países não alinhados. É claro que eles podem ter provocado isso ou se aproveitado para entrar nas redes dos caminhoneiros direcionando seu tráfego e narrativa, vídeos, monitoramento, etc. Quem ri dessa possibilidade não conhece o mundo em que vive e não é de hoje não, mas há vinte anos.
11) A renúncia de Temer é muito provável como desfecho desse debacle. E no momento, desejável. Ele não tem qualquer legitimidade capaz de dar estabilidade ao país.
12) A esquerda deveria se centrar logo na defesa do que restou de nossas liberdades democráticas no Brasil e denunciar isso para o mundo. 
13) Não podemos ficar contra a população no momento em que ela se levanta contra o governo mais ilegítimo, corrupto e entreguista de nossa história. Não pedimos isso há quatro meses das eleições, mas a realidade está aí. Não temos opção moral senão pedir, como o velho Brizola ensinou, não um "fora Temer" que pode vir contra a normalidade democrática, mas um RENÚNCIA JÁ junto de um DIRETAS JÁ, em outubro. Vamos pedir RENÚNCIA e DIRETAS para neutralizar o pedido de Intervenção Militar que circula pelos fascistas de sempre e entrou no movimento.
14) Não adianta ter medo. O que às vezes adianta é lutar. A vida quer é coragem, e a gente tem visto desde 2015 a tragédia que se abate sobre nós quando ela falta, (247).


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