A todo instante surge uma ofensiva nova para consolidar o golpe no Brasil e ameaçar a realização de eleições livres e democráticas em 2018. Precisamos estar permanentemente atentos. Sem conseguir impedir Lula de se candidatar no ano que vem e de estar à frente das sondagens eleitorais em todos os cenários pesquisados, os adversários do Partido dos Trabalhadores (PT) e das forças que atuam no campo da centro-esquerda agora falam de parlamentarismo com o intuito de enfraquecer e tirar poder do próximo chefe do Executivo que vier a ser escolhido pelo voto popular.
Já tivemos exemplos suficientes do que um Congresso Nacional submisso e cooptado é capaz de fazer. O que nos torna conscientes também dos riscos por trás dessa nova fase do golpe, embutida na propaganda casuísta de um parlamentarismo imposto sem um amplo debate popular e sem ouvir a sociedade. Da mesma forma que o povo foi desconsiderado para instituir a reforma trabalhista, para impor o congelamento dos investimentos sociais por décadas de atraso, para entregar o patrimônio nacional, desmontar políticas estratégicas de desenvolvimento e para fazer avançar uma proposta de reforma previdenciária que só tira direitos da população mais pobre e da classe trabalhadora. Uma reforma da Previdência Social que não mexe com privilégios e benefícios das elites e abandona à própria sorte quem mais deveria ser amparado pelo Estado Brasileiro.
Mas tenho constatado nos diversos encontros, agendas e atividades dos últimos meses, que todo esse desmonte e a percepção dos estragos causados na vida das pessoas vêm imprimindo hoje também uma forte consciência de que a maioria do povo está sendo deixada de lado. Os movimentos sociais e as organizações populares têm lado nessa luta. Sempre tiveram. Nos contatos com as pessoas, seja nas caravanas de Lula pelo Brasil, seja nas reuniões com lideranças e partidos políticos, há uma grande esperança depositada no retorno de Lula à Presidência da República e que, junto com isso, se possa realizar um plebiscito revogatório para desfazer os desmontes e retrocessos do golpe.
O povo vê na perspectiva da volta de Lula ao governo do Brasil a única chance concreta de restituir o estado democrático de direito, fortalecer os mecanismos de participação direta da população e devolver ao povo o poder de decidir o futuro do País. Claro que isso também tem de ser construído e bem discutido com a sociedade para que as esperanças não sejam frustradas por uma espera passiva e resignada do processo eleitoral do ano que vem, mas uma manifestação direta da vontade e do desejo das pessoas.
Se não nos manifestarmos em defesa desde já da democracia e dos direitos que nos foram tirados à mão grande, se não protestarmos e estabelecermos um canal de diálogo permanente com a sociedade, o golpe se enraizará. A cada dia que passa, ele se renova na forma de mais prejuízos, mais miséria, empobrecimento e mais precarização do trabalho no Brasil. Só a consciência de classe na defesa da garantia de eleições livres e democráticas em 2018 pode abrir caminho para que o melhor presidente da história do Brasil volte a governar e direcionar os rumos do nosso desenvolvimento: humano, solidário, inclusivo e sustentável.(247).
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