O Partido dos Trabalhadores
espera reunir 30 mil pessoas em Curitiba na próxima quarta-feira 10, data do
depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sergio Moro,
segundo informam Raymundo Costa e André Jubé.
"Embalado pelas pesquisas
eleitorais mais recentes, o PT espera reunir cerca de 30 mil pessoas e ocupar
Curitiba (PR) no dia 10, data marcada para o depoimento do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ao juiz Sergio Moro, que preside a Operação Lava-Jato.
Hoje a Executiva Nacional do PT reúne-se em Brasília para decidir se apoia ou
não a emenda das diretas já. A proposta, se for aceita, pode ser encaminhada
por meio de algum aliado como a senadora Katia Abreu (PMDB-TO)", diz o
texto. "O PT avalia que o adiamento
do encontro de Lula com Moro, marcado inicialmente para hoje, pode prejudicar o
fluxo de caravanas de petistas que estavam mobilizadas para a greve geral e os
eventos de 1º de Maio a Curitiba. Mas só os movimentos que integram a Frente
Brasil Popular no Paraná prometem colocar 30 mil pessoas nas ruas da cidade."
A realização de eleições
diretas é o desejo de 85% dos brasileiros, segundo apontou pesquisa Datafolha
no último domingo (leia aqui).
O mesmo levantamento indicou a
disparada de Lula em todos os cenários, que hoje teria entre 29% e 31% dos
votos, no primeiro turno (leia aqui).
Uma outra pesquisa, da Vox
Populi, também apontou uma recuperação da imagem do PT, que é partido que
lidera a preferência dos eleitores – a taxa subiu de 15% para 20%.
Leia Resolução Política da Executiva Nacional do PT
Texto afirma que conjuntura exige apressamento da reforma política
e pede proposta de emenda constitucional convocando eleições diretas
antecipadas
A Comissão Executiva Nacional do PT, reunida em Brasília,
aprovou a seguinte Resolução Política:
A greve geral de 28 de
abril, a maior paralisação das últimas décadas no Brasil, foi um marco
histórico na luta contra o governo usurpador e seus ataques aos direitos
sociais e trabalhistas. Milhões de trabalhadoras e trabalhadores cruzaram os
braços e pararam as máquinas, num brado uníssono contra o desmonte das
aposentadorias, a terceirização e
o retrocesso na legislação trabalhista.
Convocada
pelas centrais sindicais e com o apoio das Frentes Brasil Popular e Povo sem
Medo, do PT e demais partidos de esquerda, a greve geral estendeu-se
por diversas categorias profissionais, agregou estudantes,
intelectuais, igrejas, sem terra e sem teto. É de se destacar o posicionamento
de profissionais daeducação que
optaram pela paralisação em defesa dos direitos trabalhistas e previdenciários,
em defesa dos valores humanistas e de uma sociedade plural e democrática. A
paralisação representou a retomada da iniciativa política pelas forças
populares e a ocupação das ruas, em manifestações de protesto como há
muito não se via.
De pouco adiantou a mídia monopolizada e seus lacaios tentarem
desqualificar o movimento, pois o êxito da greve geral foi inquestionável e
reacendeu as esperanças de que é possível barrar as nefastas mudanças
patrocinadas pelo governo e o grande capital.
Os
golpistas também não conseguem esconder o fracasso de sua politica de
austeridade. A realidade contrasta com a propaganda oficial: o desemprego em
março, com o fechamento de 64 mil postos de trabalho, levou a taxa histórica a
13,7% – seu maior patamar desde 2012, início da série acompanhada pela Pnad, do
IBGE. Ou seja, com o aprofundamento da recessão, a PEC do corte de gastos e a
instabilidade política provocada pelo impeachment, há
atualmente no Brasil 14,2 milhões de trabalhadores(as) desempregados(as).
A enxurrada
de gastos publicitários para os grandes veículos da mídia também foi incapaz de
impedir a queda vertiginosa da popularidade do governo ilegítimo e de seu
chefete: a rejeição a Temer é inversamente proporcional a sua arrogância. Mais
de 60% da população o consideram ruim e péssimo e 90% gostariam que houvesse
eleições diretas para substitui-lo. Em sentido contrário, o Lula cresce nas
pesquisas, liderando em todos os cenários, ao mesmo tempo em que o PT se
recupera, atingindo 20% de preferência segundo a Vox Populi. Quanto mais o
ex-presidente avança mais os asseclas do golpe atiçam
seu ódio e perseguição com delações fabricadas e denúncias sem provas.
A ofensiva
do governo sem voto contra os direitos da população volta-se, também, contra os
povos indígenas, os sem-terra, os sem-teto e a juventude atingidos por ações
repressivas que têm resultado em mortes, mutilações e prisões ilegais em
nefanda e reiterada violação aos direitos humanos que
o PT e nossas Bancadas têm denunciado.
Os próximos
dias são decisivos para evitar a aprovação do desmonte em curso. Manter a
mobilização, pressionar os parlamentares, fortalecer a unidade de ação entre as
Frentes e os partidos de esquerda, estabelecer sinergia com nossas Bancadas –
enfim, acuar os golpistas e apoiar as iniciativas da CUT e das
centrais se decidirem pela ocupação de Brasília e por uma nova greve geral.
A
conjuntura atual exige, ainda, o apressamento da reforma política. O
relatório do companheiro deputado Vicente Cândido contempla
vários pontos em torno dos quais o PT já se posicionou, inclusive em resoluções
de congressos. E há outros sobre os quais o partido ainda não se pronunciou.
Por isso, a CEN alerta que é preciso focar nos pontos consensuais e buscar
alianças no Congresso para tentar aprová-los rapidamente. Ou seja: 1. instituir
o financiamento público através de um fundo eleitoral (distinto do fundo
partidário); 2. debater o atual sistema eleitoral, propondo a votação em listas
partidárias – transparentes e democraticamente ordenadas –, evitando as
tentativas de impor o chamado distritão; 3. fim das coligações proporcionais.
A CEN
sugere, finalmente, aos (as) companheiros (as) parlamentares para que, em
conjunto com aliados, proponham uma emenda constitucional convocando eleições
diretas antecipadas. A solução para a crise política, econômica, moral, social
e cultural exige um governo que tenha legitimidade e credibilidade, um governo
eleito democraticamente. Diretas Já! É o que
o povo clama e espera de nós.
O PT saúda a decisão que liberou o companheiro José Dirceu,
preso injustamente, e espera que a mesma se estenda ao companheiro João
Vaccari.
Brasília, 03 de maio de 2017 (247).
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