Uma boa parte dos caciques políticos do Brasil não quer perder a prerrogativa de escolher o próximo presidente da República. Eles agora se articulam para garantir eleições indiretas quando Michel Temer cair.
As informações são de reportagem de Ranier Bragon e Talita Fernandes na Folha de S.Paulo.
"A maioria do Congresso é contra mudar a Constituição para convocar eleições diretas caso Michel Temer deixe o poder. Nessa eventualidade, deputados e senadores querem manter a exclusividade de escolher quem comandará o país até dezembro de 2018.
A Folha ouviu líderes dos dez maiores partidos da Câmara e do Senado, que reúnem 72 senadores (89% do total) e 397 deputados (77%).
Com exceção da esquerda, que é minoritária, todos se declararam abertamente contra as Diretas-Já.
Os oposicionistas PT, PSB e PDT não representam nem 30% das dez maiores bancadas. Para alterar a Constituição, é necessário o apoio de pelo menos 60% dos parlamentares em cada Casa.
'Neste momento acho casuísmo. [...] Não podemos ficar brincando de mudar a Constituição a cada crise, em função de um determinado caso, de um determinado momento', disse o senador Tasso Jereissati (CE), presidente interino do PSDB, partido que já definiu posição unificada contra às Diretas neste ano.
'Diretas-Já só em 2018', reforça Romero Jucá (RR), líder do governo no Senado e presidente do PMDB.
PSDB e PMDB são os maiores partidos da base de sustentação do governo.
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Nos bastidores, governistas tem chamado a proposta de "PEC do Lula". O raciocínio é o de que, fora uma onda a favor de alguém que se apresente "de fora da política", o petista larga na frente. Apesar de ser réu em cinco ações penais, Lula lidera a corrida com 30% das intenções de voto segundo a última pesquisa do Datafolha." (247).
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