Apesar de a criação de novos municípios ficar a cargo dos estados, as novas exigências vão dificultar bastante a efetivação dos projetos de emancipação. Além do mínimo do número de habitantes, o texto ainda prevê a execução de um estudo para comprovar que o município tem como ser mantido, com parâmetros de arrecadação própria e estrutura.
Dentro do estudo, ainda está prevista uma análise socioambiental para diagnosticar a situação do abastecimento de água, saneamento básico, entre outros aspectos. Outra novidade prevista na lei é a participação, através de plebiscito, de toda a população do município original e não apenas dos moradores do distrito a ser emancipado.
O projeto aprovado na Câmara ainda precisa ser referendado pelo Senado e sancionado pela presidente Dilma Rousseff (PT) para entrar em vigor. A proposta mereceu críticas, ontem, do governador Eduardo Campos (PSB), que achou o debate inoportuno e eleitoreiro. “Tem muitos municípios que existem hoje e estão com grandes dificuldades de cumprir uma regra elementar, o papel de botar as crianças nas creches”, disse, lembrando outras despesas como limpeza urbana e manutenção de Postos de Saúde da Família.
O governador, no entanto, disse temer a sangria de recursos públicos com a criação de municípios menores. E acha ainda mais grave o debate próximo do período eleitoral. “Senão vai valer o olhar eleitoral e não como futuro das populações que estão nestes lugares. Eu vejo com muita preocupação. Tem lugar que, dizem, vai virar município e eu fico completamente apavorado. Porque eu sei de perto que eles não têm condições de ser município. Não tem como”, disse.
Alheios às dificuldades, esta quarta-feira (5) foi dia de comemoração na Assembleia Legislativa. O deputado Odacy Amorim (PSB), autor de projetos de lei que emancipam distritos das cidades de Jaboatão dos Guararapes, Ouricuri e Petrolina (onde Izacolândia e Rajada podem ser desmembradas), utilizou o plenário para elogiar o texto aprovado na Câmara dos Deputados.
“Muitos distritos estão prontos para serem emancipados. A lei nasce em uma linha que não vai nos prejudicar, pois não será uma farra de emancipações”, argumentou. Ao dele se seguiram discursos de Raimundo Pimentel (PSB), Rodrigo Novaes (PSD) e do Pastor Cleiton Collins (PSC). Já o deputado Silvio Costa Filho (PTB) demonstrou preocupação. “Acho que temos que ter muita cautela e responsabilidade. Devemos esquecer das questões eleitorais. Não podemos entrar em um processo emocional, pois tenho certeza que muitos na Câmara dos Deputados votaram com a emoção e alguns estavam nas galerias para tentar aprovar”, disse Odacy. As informações são do Diario de Pernambuco.
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