sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

PGR diz que avaliará conteúdo de novo documento entregue pela CPI e adotará as providências cabíveis

Senadores enviaram documento ao STF detalhando quais crimes os investigados pela CPI da Covid teriam cometido durante a pandemia

Augusto Aras e a PGR (Foto: ABr)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou, em nota pública, nesta sexta-feira, 18, que vai avaliar o documento que senadores enviaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) detalhando quais crimes os investigados pela CPI da Covid teriam cometido durante a pandemia. “A PGR esclarece ainda que as equipes que atuam no caso avaliarão o conteúdo e adotarão as providências cabíveis", diz a nota.

O envio do documento ao STF foi uma forma de pressionar a PGR, comandada por Augusto Aras, a encaminhar as denúncias da comissão. O documento é endossado pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede), vice-presidente da CPI, Renan Calheiros (MDB), relator, e Omar Aziz (PSD), presidente da comissão.

A PGR alegou falta de documentos detalhados acerca dos investigados para justificar o atraso na conclusão dos trâmites. Os senadores, no entanto, apontam que a inconclusão é uma manobra de Aras, que atua para favorecer Jair Bolsonaro (PL) para sabotar os desdobramentos da investigação. O relatório final da CPI, elaborado por Renan Calheiros, pediu o indiciamento de 80 pessoas, sendo 13 com foro privilegiado, incluindo Jair Bolsonaro e ministros do governo.

Segundo a PGR, o envio do documento ao STF comprova que as críticas apresentadas pelo procurador Augusto Aras acerca do primeiro envio do material estavam corretas, pois “o material inicialmente enviado à PGR não atendia aos requisitos legais o que, poderia prejudicar o exercício da ampla defesa e do contraditório”. O grupo liderado por Aras afirmou que, em mais de uma oportunidade, os senadores foram informados sobre os riscos de se apresentar um material extenso e sem a devida correlação entre cada fato típico praticado e os documentos pertinentes.

Aras argumenta que o relatório, de cerca de 1,2 mil páginas, estava “desorganizado”. "A CPI dizia entregar as provas que estariam vinculadas aos fatos de autoria daquelas pessoas indiciadas. Ocorre que não houve a entrega dessas provas", declarou Aras no início da semana. "A PGR recebeu um HD com 10 terabytes de informações desconexas e desorganizadas".

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