domingo, 10 de dezembro de 2017

Três meses após apoiar intervenção militar, general do Exército é afastado

Em setembro, Mourão foi criticado ao declarar, em nome do Exército, que, 'diante da crise enfrentada pelo país, pode haver uma intervenção militar'
General do Exército Antonio Hamilton Mourão. Crédito: Correio Braziliense/Reprodução
General do Exército Antonio Hamilton Mourão. Crédito: Correio Braziliense/Reprodução0



O general Antonio Hamilton Mourão, defensor da intervenção militar no Brasil, foi afastado do cargo que ocupava no Exército Brasileiro (EB). Segundo documento obtido pelo Correio, o militar foi movimentado para a Secretaria-Geral do Exército neste sábado (9/12). O ofício, elaborado pela Força, incumbe o comandante do EB, general Eduardo Villas Bôas, a informar o ministro da Defesa e o presidente da República da decisão.

Em setembro, Mourão foi criticado ao declarar que, "diante da crise enfrentada pelo país, pode haver uma intervenção militar caso a situação não seja resolvida pelas próprias instituições". A afirmação foi feita em palestra realizada na Loja Maçônica Grande Oriente, em Brasília, após o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciar pela segunda vez o presidente Michel Temer, por participação em organização criminosa e obstrução de Justiça.

Embora tenha sido afastado de suas funções, o general vai continuar recebendo remuneração, por ser "oficial de carreira". A mudança, no entanto, é vista como uma punição da Força, mais especificamente de Villas Bôas, pelas declarações controversas de Mourão. Desde o caso ocorrido há três meses, uma equipe estuda alternativas discretas para fazer com que Hamilton Mourão perca visibilidade, mas ele só foi retirado do cargo após falar, na última quinta-feira (7/12), sobre a possibilidade de atuação das Forças Armadas caso haja uma situação de "caos" no país.

Ele comentou a situação a uma plateia no Clube do Exército, onde estava a convite do grupo Ternuma (Terrorismo Nunca Mais). Sua palestra, com o tema "Uma visão daquilo que me cerca", reuniu críticas aos governos Lula e Dilma Rousseff (ambos do PT) e também a Michel Temer (do PMDB).

Em outubro de 2015, Mourão já havia protagonizado outro episódio polêmico, ao criticar o governo e a então presidente Dilma Rousseff. Na ocasião, ele perdeu o Comando Militar do Sul e foi transferido para a Secretaria de Economia e Finanças, um cargo burocrático. Pelo Regulamento Disciplinar do Exército, Mourão poderia ser punido por dar declarações de cunho político, sem autorização de seu superior hierárquico.(DP).




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